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Médica diz para paciente comer secreção em resposta a queixas de complicações

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Médica diz para paciente comer secreção em resposta a queixas de complicações

Por: G1

Adriana Leal morreu seis dias após fazer uma lipoescultura em Niterói (Foto: Reprodução/TV Globo)

Paciente de Geysa Leal Correa relatou sofrer complicações após realizar um procedimento de lipoaspiração com a médica. Ela teve o intestino perfurado e está internada no Hospital Cardoso Fontes, na Zona Oeste do Rio, há mais de uma semana. Em conversas com a médica por mensagens de celular, a paciente reclamou que mesmo tomando os medicamentos indicados continuava com muita secreção.

“Falei para ela que estava saindo uma secreção. Eu estava muito inchada, ela me receitou vários antibióticos, vários remédios. Voltei para casa com o alívio de algumas horas, mas logo depois começou a doer de novo, começou a inchar de novo”, disse a paciente. Em outra mensagem, a mulher diz que o caso é sério e que os alimentos que ela ingeriu estão saindo pela cicatriz.

“Eu comi uma sopa no dia anterior que cotinha tomate e agrião. Estava saindo muita secreção e nessa secreção saiu agrião e tomate. Mandei as fotos para ela”, completou. Em seguida, Geysa responde a paciente em uma mensagem de áudio. Rindo, ela diz para a paciente "provar" a secreção.

"Como assim comida? Desculpa, está doida? Eu quero que você venha aqui primeiro. Eu preciso ver isso. Comida? Impossível sair comida. Se eu tivesse perfurado alguma coisa, você já tinha morrido. Então, deixa eu ver primeiro antes de você ficar falando besteira. É agrião, daqui a pouco é uma salada de fruta, uma sopa. Se você quiser, você come para provar, pra ver se é uma coisa ou outra. Eu estou brincando, desculpa. Isso é uma falta de respeito com você. Desculpa”, disse a médica rindo em uma mensagem de áudio.

Morte após procedimento

A médica Geysa Leal foi à delegacia na quinta-feira (26) após ser intimada a depor sobre procedimento estético que fez em Adriana Ferreira Pinto, de 41 anos. A mulher fez uma lipoescultura no consultório de Geysa, no dia 16 de julho, e morreu seis dias depois. De acordo com depoimento do marido de Adriana, quase uma semana após o procedimento, a mulher começou a se queixar de falta de ar, desmaiou e morreu.

Paciente enviou mensagem relatando complicação após procedimento estético (Foto: Reprodução)

Polícia interditou clínica

A polícia interditou, na quinta-feira (26), a clínica em Niterói, Região Metropolitana do Rio, onde trabalha a médica Geysa Leal. Nesta sexta-feira (27), agentes da 77ª DP (Icaraí) farão uma perícia do local para colher informações sobre os procedimentos estéticos realizados no estabelecimento.

A delegada titular da 77ª DP, Raissa Celles, disse que um dos objetivos da inspeção realizada desta sexta será identificar que equipamentos Geysa tinha disponíveis para realizar os procedimentos. A médica já adiantou, em depoimento nesta quinta, que no local não há Centro de Tratamento Intensivo (CTI), nem ambulância.Os agentes também vão checar se a médica poderia realizar cirurgias plásticas, embora as especializações que ela diz ter não sejam reconhecidas pela Sociedade Brasileira de Cirugia Plástica.

"Ela pode exercer e praticar qualquer ato médico. É uma lei federal que delimita que qualquer médico está autorizado e pode fazer qualquer ato médico", disse o advogado de defesa da médica, Lymark Kamaroff.

Caso órgãos como Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) e Conselho Federal de Medicina esclareçam que a médica não poderia realizar os procedimentos, a delegada poderá concluir que houve imperícia de Geysa e ela pode ser indiciada, inclusive, por homicídio culposo. 

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