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Em entrevista ao CN Dr Rafael fala sobre diabete nos olhos

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Em entrevista ao CN Dr Rafael fala sobre diabete nos olhos

Por Camaçari Notícias

Fala, Doutor!!!

Quando ela aparece as vezes já é tarde demais...

A famosa retinopatia diabética não tem de feio e estranho somente o nome. Esta é uma complicação do diabetes que muitas vezes é esquecida pelos pacientes e quando este a descobre já é tarde demais.

A diabetes é uma doença silenciosa que cursa com uma hiperglicemia maior que o normal uma vez que o organismo não consegue a regulação hormonal adequada para manter os níveis de glicose dentro da normalidade. Com os níveis de glicose elevados, os pacientes começam a sofrer principalmente a nível de microcirculação e isto ocorre em todos os vasos do corpo. Se engana quem pensa que nesta hora o paciente descobre que tem diabetes. Estudos mostram que o diabetes, geralmente, quando descoberto tem em média 5 anos de doença sem ser notada, sendo assim os pacientes às vezes já apresentam lesões em órgãos alvos como o olho, a rim, o coração entre outros...

Assim como ela é silenciosa no corpo, pra o olho ela também é bastante silenciosa e traiçoeira podendo o paciente ter até 100% de visão e já ter um quadro ocular repleto de hemorragias, depósitos de lipídios fora dos vasos e às vezes até descolamento de retina tracional localizado.

Dessa forma, as sociedades internacionais e brasileira recomendam o acompanhamento de todo o paciente diabético pois melhor do que tratar complicações é preveni-las. O acompanhamento deve ser feito com mapeamento de retina periódico sendo realizado no momento do diagnóstico no diabetes tipo II e 5 anos após o diagnóstico no tipo I (que é geralmente o diabetes de criança/jovem). No mapeamento, o oftalmologista retinólogo observa toda a superfície da retina e avalia as lesões que o diabetes já causou classificando as retinopatias diabéticas de acordo com a gravidade da lesão.

Felizmente a oftalmologia avançou muito nos últimos anos e o mito de que o paciente diabético ficaria cego está começando a mudar dando uma nova esperança aos pacientes e familiares. Hoje em dia já dispomos de tratamento como o  laser que é excelente pra a estabilização, diminuindo a chance de progressão para cirurgia. Dispomos também de muitas medicações que podemos aplicar no olho para ter uma melhora da visão e até regressão de alguns quadros. A cirurgia vitreorretiniana que é algo bem complexo evoluiu a ponto de tratarmos algo que antigamente não poderíamos, deixando uma boa visão a alguns de nossos pacientes.

Depois desta breve introdução ao mundo da retinopatia diabética alertada pelo Dr Rafael Leal (CRM SP 148.006 / CRM BA 21.510) do Hospital Central Sermege, Camaçari, vamos as questões mais polêmicas com nosso Doutor;

 

Camaçari Notícias: olá, Dr Rafael Leal, por que você tanto fala que estamos evitando a cegueira no diabetes?


Rafael Leal: olá, querida, obrigado pelo convite mais uma vez. Estamos evitando a cegueira em primeiro lugar por que estamos trabalhando sempre na prevenção e ela é feita justamente dessa forma como é esta reportagem. A conscientização da população através destas explicações é fundamental.
Assim a prevenção vem pelo paciente que que procura um acompanhamento de rotina. Para se ter ideia,  mapeamento de retina que é o principal para estes pacientes deve ser feito no mínimo 1 vez por ano pelo seu oftalmologista retinologo. Através deste, a gente já consegue tratar casos avançados impedindo que estes evoluam para cegueira.
Conseguimos evitar a cegueira também pois estamos cada dia mais evoluindo nos tratamentos cirúrgicos e com medicações capazes, em alguns casos, de resgatar a visão.

CN: Doutor, como saber que tenho o diabetes no olho?


RL: esta é uma excelente pergunta pois é muito difícil o paciente saber que ele tem a retinopatia diabética uma vez que ela é silenciosa, ou seja, quase não dá sintomas e queixas ao paciente. Quando ele começa a saber que tem alteração na visão e procura seu retinologo às vezes já é tarde demais e o tratamento pode não ficar tão bom quando o desejado.

CN: Dr Rafael Leal, existe como prevenir a retinopatia diabética?


RL: Sim. A prevenção da retinopatia diabética é realizada com o bom controle do diabetes no seu quadro sistêmico Ou seja, o paciente tem que seguir corretamente o indicado pelo seu nutricionista, profissional de educação física, médico clínico, cardiologista, endocrinologista, enfim, tem que seguir a risca as orientações de perda de peso, dieta, exercício físico e medicações. Este é o passo fundamental para a prevenção da retinopatia diabética.

CN: quais são os principais fatores de risco para a retinopatia diabética, Dr?


RL: o mau controle do diabetes com níveis elevados de glicemia e a duração extensa do quadro do diabetes são os principais fatores de risco para progressão do diabetes. Pacientes que apresentam a flutuação do diabetes durante o dia indo de níveis de 60 a próximo dos 200 também está sujeitos a esta evolução ruim.

CN: muita informação nova Dr Rafael Leal, qual a dica que você sugere pra quem está nos lendo?


RL: minha maior dica é que quem estiver lendo este texto e tenha uma pessoa que goste que trate do diabetes informe sobre esta complicações que é a retinopatia diabética. Estes pacientes devem procurar seu oftalmologista retinólogo para fazer o mapeamento de retina e ter um controle adequado pra nunca ser surpreendido com quadros complicados que, as vezes, nem mesmo a cirurgia resolve. A retinopatia diabética existe mas temos na medicina muitas tecnologias de diagnóstico e tratamentos que nos possibilitam tratar esta perigosa complicação do diabetes.

O Dr Rafael Leal segue o projeto de educação em saúde ocular e disponibiliza um site pra orientações diversas destes temas: www.oftalmocamacari.com.br
 

 

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