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Chikungunya: INSS afasta 17 trabalhadores por conta da doença

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Chikungunya: INSS afasta 17 trabalhadores por conta da doença

Por: Pesquisa Web

 Houve aumento no número de casos em Salvador (Marina Silva/CORREIO)

A chikungunya, doença que está provocando surto em três bairros do Subúrbio de Salvador, foi responsável pelo afastamento de 17 trabalhadores das suas funções. Estes funcionários passaram a receber o auxílio-doença do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) na Bahia entre janeiro e julho deste ano. Ano passado, foram 44 casos de benefícios concedidos em função das condições físicas dos trabalhadores que foram contaminados pela doença.

O INSS informou, através da assessoria de comunicação, que o número pode ser até maior pois os sintomas da chikungunya são parecidos com outras doenças, o que pode direcionar a concessão do benefício por outra enfermidade, principalmente as que são relacionadas à dores nas articulações. Tem direito ao benefício o trabalhador que, após 15 dias de atestado médico, segue para perícia no órgão. De acordo com o INSS não é possível informar o tempo médio que cada pessoa ficou - ou se ainda está -  afastada do trabalho por conta da doença.

A teleoperadora Vanessa Martins, 29 anos, ficou seis meses no ano passado recebendo o benefício por conta da  chikungunya. “Não tinha a menor condição física de trabalhar. As dores nas articulações eram muito fortes e eu não conseguia sequer digitar. Eu já voltei a trabalhar mas ainda hoje eu sinto dores”, explica.

A diretora da vigilância em saúde da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador, Geruza Moraes, explica que há casos em que as pessoas chegam a ficar dois anos sentindo os efeitos da chikungunya. “Os sintomas da chikungunya em alguns casos chegam a passar de dois anos para alguns pacientes. A chikungunya é uma arbovirose que incapacita o indivíduo. As pessoas não se reestabelecem muito rápido”, ressalta.

Médico do trabalho da Vitalmed, Guilherme Alegretti Lazzari, explica que a fase aguda da doença chikungunya geralmente dura de 5 a 10 dias caracterizando febre, dores articulares e, por vezes, manchas na pele. “Há relatos de dores tão fortes pelos pacientes que os impossibilitam ao trabalho e, até de sair da própria cama.  Essas condições devem ser reconhecidas e tratadas o quanto antes. O tratamento  especializado da dor de forma precoce e eficaz reduz os sintomas assim como melhoram a qualidade de vida e diminui o tempo 

O médico infectologista do Hospital São Rafael, Márcio de Oliveira, destaca que na segunda fase da doença é o momento que o vírus age nas articulações o que aumenta a morbidade do paciente. O tempo de duração é variável de pessoa a pessoa, assim como a intensidade da dor.  “Depois da fase aguda acaba a chikungunya acaba se tornando uma doença com características de uma poliatralgia, ou seja, que provoca dores em múltiplas articulações. Com isso acaba sendo uma doença inflamatória nesse segundo estágio, o que provoca muitas dores em alguns pacientes”, esclarece.

Surto no Subúrbio
Moradores de cinco ruas de três bairros do Subúrbio Ferroviário de Salvador estão convivendo com um surto de chikungunya, doença transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti, o mesmo da dengue e zika, e Aedes albopictus, de acordo com a diretora da Vigilância em saúde da Secretaria da Saúde de Salvador, Geruza Moraes.

De maio a junho de 2017, foram notificados 171 casos suspeitos da doença nos três bairros. Desses, 41 amostras de pacientes foram coletadas, 27 deram resultado positivo para chikungunya e outras cinco estão em investigação. Em Coutos, foram 55 casos notificados e 22 confirmados na Rua Setúbal. Já em São João do Cabrito, os casos estão distribuídos em três ruas: São Paulo, Sá Oliveira e Ferroviário. Nessas três ruas foram 72 casos notificados e cinco já confirmados. O terceiro bairro com surto da doença é Alto de Coutos que tem 44 casos notificados na Rua Caixa D´Água.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), até o dia 4 de julho foram notificados 37.027 casos da doença no estado. Só para se ter uma ideia, os números de casos suspeitos de Zika e Dengue neste mesmo período foram 1.754 e 7.685, respectivamente.

Duas pessoas já morreram este ano por causa da Chikungunya, sendo uma em Buerarema, no Sul baiano, e outra em Itiúba, no Centro Norte. O maior número de casos, no entanto, está concentrado no Extremo-Sul da Bahia, totalizando mais de 57% dos casos de Chikungunya notificados até então.

Num total de 2.991 amostras coletadas no intervalo de três dias neste mês, 1.672 destes casos (55,9%) já foram identificados como positivos até o momento. Dos 417 municípios baianos, 169 registraram casos suspeitos, sendo que em 156 deles foi comprovada a circulação viral. O Boletim Epidemiológico da Sesab aponta que, do total de casos notificados na Bahia, mais de 60% foram identificados em pessoas do sexo feminino. A faixa etária com maior incidência foi entre 20 e 39 anos, representando 35,3% dos casos suspeitos. Correio*

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