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Homem descobre câncer após fugir de exame de próstata por anos

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Homem descobre câncer após fugir de exame de próstata por anos

Por: Sites da Web

Jorge Roriz descobriu a doença há quatro anos.

 

Preconceito, vergonha e tabu para realizar o exame de toque ainda levam muitos homens a descobrirem o câncer de próstata já em fase metastática — quando a doença se espalha pelo corpo. Este é o caso do aposentado Jorge Roriz, de 60 anos, de Volta Redonda (RJ). Em uma conversa corajosa ao R7 ele disse nunca ter se preocupado em fazer exames de rotina, e quando procurou ajuda médica por conta de dores nas pernas, já era tarde. Porém, apesar da condição grave, o aposentado segue firme na luta contra o câncer. “Acredito em um milagre.”

Tudo começou há quatro anos, quando fortes dores nas pernas fizeram Roriz procurar atendimento ao lado de sua mulher, Silvana. Ele passou por diversos exames, como o de PSA (Antígeno Prostático Específico, exame de sangue que ajuda a detectar o câncer de próstata) e o de toque. Porém, só partir da biópsia veio a confirmação do diagnóstico. O aposentado explica que "fugia" destes testes por preconceito e vergonha.

— Me arrependo amargamente. Nunca fiquei doente, sempre fui saudável. Os amigos do trabalho tiravam sarro, faziam brincadeira com relação ao exame e, por isso, fui deixando passar. Se eu tivesse feito antes, meu projeto de vida seria outro.

Roriz conta que descobrir a doença foi chocante. "Para minha mulher foi um baque. Às vezes, eu acordava de madrugada e a escutava chorando. É muito ruim. A gente fica muito para baixo, limitado". Com o diagnóstico de câncer, o aposentado chegou a fazer quimioterapia e conta como sofreu com os efeitos colaterais do tratamento e com os sinais da doença: "Sentia muita dor, tive que fazer transfusão de sangue, emagreci muito". O câncer também afetou a vida sexual do aposentado. Ele relembra que "fugia" da mulher.

—  Não podia nem encostar nela ou sentir o cheiro do perfume dela. Mas a questão não é só sexual, tem abraço, tem beijo. Foi muito difícil. Eu já superei, mas fiquei quase dois anos lutando contra isso.

Luta com luvas de boxes
Hoje, Roriz não realiza mais nenhum tratamento, apenas toma remédio para aliviar a dor. Mesmo com a doença em estado terminal, ele continua lutando “com luvas de boxe se for preciso.”

— Eu tenho esperança. Eu gosto de ser útil em casa e na sociedade. Não gosto de ficar parado nem de ficar pensando no passado, senão entra em uma depressão e vai piorar mais ainda. A doença é controlada, mas cura só se for um milagre.

Por se considerar uma pessoa "ativa", ele afirma ficar chateado por não conseguir fazer muitas coisas que gosta. O aposentado inclusive chegou a fez palestras para incentivar outros homens a realizarem o exame. Porém, por causa da dificuldades de locomoção, desistiu.

— Sinto falta de uma porção de coisa que eu gosto muito: trabalhar, passear, cuidar da casa. Não posso nem trocar uma lâmpada que dói tudo.

Prevenção salva a vida
Diagnosticado com a mesma doença, o aposentado Paulo dos Santos, de 59 anos, de Igreja Nova (AL), tem uma história bem diferente para contar. Desde os 40 anos, ele faz exames de rotina, incentivado, inclusive, pela própria empresa em que trabalhava com campanhas internas para os funcionários. Santos explica que a prevenção salvou sua vida.

Para Paulo dos Santos, a família foi essencial durante o tratamento.

— É muito importante que os homens deixem esse machismo idiota e façam o exame, que é tranquilo e não amedronta ninguém. E eu falo para os meus amigos que não precisa deixar para ir ao médico quando apresentar sintomas, porque eu não tive [sintomas]. Se eu tivesse esperado, a minha história seria outra. Eu tenho certeza que não estaria aqui. Há pouco mais de três anos, Santos recebeu o diagnóstico durante o exame de rotina. E como fazia rotineiramente seus exames, ele descobriu o câncer ainda em estágio inicial.

— Quando a gente tem um resultado como esse, parece que está assinando uma sentença de morte. Não tem outra palavra. Não sabia o que era mais difícil, se enfrentar o problema ou contar para os meus filhos, que são muito ligados a mim.

Ao terminar as 40 sessões de radioterapia, o aposentado retornou ao médico para realizar novos exames que mostraram que a doença estava controlada. Santos conta como a família foi importante em todo o processo. — Para mim, foi um sentimento de agradecimento aos médicos e à minha família. Eles foram fundamentais no meu tratamento porque me deram todo o apoio.

Hoje, o aposentado faz acompanhamento da doença e novos exames a cada três meses, além de medicamentos.

Fonte: R7*

 

 

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