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Homem de 28 anos sofre AVC por carregar mochila pesada: entenda o caso

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Homem de 28 anos sofre AVC por carregar mochila pesada: entenda o caso

Por: Pesquisa Web

Um homem de 28 anos, saudável e acostumado a fazer longos percursos em trilhas com uma mochila nas costas foi internado no início de março apresentando sintomas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

Por ser um quadro muito incomum em jovens, médicos do Hospital Universitário (HU) da USP decidiram investigar o caso para entender como o problema pode ter acontecido. O fato foi divulgado em um artigo publicado na revista Autopsy and Case Reports.

De acordo com a análise, a artéria carótida, que leva o sangue ao cérebro, sofreu um traumatismo repetitivo gerado pelo osso hióide, existente no pescoço. O trauma prejudicou o fluxo sanguíneo para o cérebro e levou ao AVC. O paciente precisou ser submetido à cirurgia para restaurar a artéria e corrigir o osso hióide. "O controle do paciente, realizado durante seis meses, demonstra que ele tem uma vida normal", disse o médico Fernando Peixoto Ferraz de Campos, da Divisão de Clínica Médica do HU, um dos autores do artigo.

O exame de um fragmento da carótida retirado durante a operação mostrou que o trauma lesou as camadas da artéria e proporcionou a formação de placas de ateroma (depósito de gordura e tecido fibroso na parede do vaso) e a formação de trombo, um coágulo de sangue organizado e aderido à parede da artéria no local da lesão. "Um ano antes, o mesmo paciente havia apresentado quadro clínico semelhante nas mesmas condições, ou seja, carregando mochila em uma trilha", conta Fernando Peixoto Ferraz de Campos.

Contudo, naquela época o exame de ressonância magnética do cérebro não identificou nada de anormal e o paciente retomou sua rotina. Ao ser internado novamente com os mesmos sintomas, desta vez constatou-se o AVC, tanto pelo exame clínico como por exames de imagem.

Outras pesquisas mostram que existem situações de risco para traumas sobre a carótida causados pelo osso hióide. "No esporte, por exemplo, este evento já foi descrito com um jogador de golfe, que ocorre quando o jogador dá uma tacada e gira o pescoço junto com o corpo. Também foi reportado o caso de um pedreiro que apresentou a lesão vascular, causada pelo fato de carregar peso sobre a cabeça", completa o autor do estudo.

Além disso, os investigadores descobriram que o paciente estudado possuía o corno maior do osso hióide mais desenvolvido à direita e, pelo fato dos dois episódios terem ocorrido em situações semelhantes, presume que a mochila pesada, carregada nas costas, levava o tronco para trás.

O que é o AVC?
O AVC é responsável pela morte de cinco milhões de pessoas no mundo a cada ano, de acordo com a OMS. No Brasil, a doença mata mais que o infarto: são mais de 100 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. Outro dado alarmante é que um em cada seis brasileiros corre risco de sofrer um derrame.

"Popularmente conhecido como derrame, o acidente vascular cerebral é uma alteração do fluxo de sangue no cérebro, que ocorre por falta ou extravasamento de sangue em alguma região do corpo", explica o neurologista André Lima, especialista em prevenção dessa doença.

Como prevenir o AVC?
O objetivo do tratamento depois de um AVC envolve, além de tratar as sequelas que surgem, evitar possíveis eventos futuros. Por isso, mudanças no estilo de vida são uma parte importante do acompanhamento do AVC isquêmico. Veja o que é preciso fazer para impedir um novo derrame:

• Não fumar ou não permitir que outros fumem perto de você
• Manter um peso saudável
• Praticar pelo menos 30 minutos de exercícios na maioria dos dias da semana (caminhada é uma boa escolha) Manter uma dieta equilibrada, pobre em colesterol, gorduras saturadas, açúcar e sal, conforme orientação profissional
• Controlar a pressão em pacientes hipertensos
• Controlar glicemia em pacientes com diabetes
• Seguir tomando as medicações prescritas pelo médico. Após o AVC isquêmico a grande maioria dos pacientes terão que tomar um antiagregante, medicação que afina o sangue, como a aspirina (AAS). Fonte: Minha Vida*

 

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