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Labirintite: causas, sintomas, fatores de risco e tratamentos

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Labirintite: causas, sintomas, fatores de risco e tratamentos

Por Pesquisa Web

A labirintite é uma inflamação no labirinto, geralmente ocasionada por microrganismos, como bactérias ou vírus. “Sua denominação correta na verdade é labirintopatia, que corresponde às doenças do labirinto. Trata-se de um quadro de alteração da percepção do movimento, seja por desequilíbrio, sensação de movimento do ambiente, sensação de flutuar, sensação rotatória”, explica Larissa Camargo, otorrinolaringologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, e membro titular da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia.

A labirintite pode se manifestar de forma sutil ou até em quadros em que a pessoa fica incapacitada de desempenhar atividades ou de se locomover. De forma geral, não é um problema de saúde grave, porém pode ser bastante debilitante em alguns casos.

Causas da labirintite

Existem inúmeros fatores relacionados às doenças do labirinto, alguns exemplos são:

Alimentação com excessos de carboidratos;

Estresse;

Privação de sono;

Quadros metabólicos como descompensação de diabetes, tireoide, colesterol;

Uso de medicações em excesso;

Suspensão de medicações controladas de forma abrupta;

Ingestão de bebidas alcoólicas (que podem ser um estimulante ao labirinto);

Traumas cranianos;

Quadro de infecções de vias aéreas e/ou manifestações em ouvido;

Mudança brusca de posição, vertigem posicional paroxística benigna, umas das principais causas em pacientes jovens;

Osteoporose;

TPM;

Climatério;

AVC (acidente vascular cerebral).

Encontrar a causa do problema será essencial para a indicação da melhor forma de tratamento para a labirintite, levando em conta as particularidades de cada caso.

Fatores de risco

Jeanne Oiticica, médica otorrinolaringologista e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ressalta que a labirintite pode ocorrer em qualquer faixa etária, inclusive em crianças e ou bebês, mas é menos frequente nesta faixa etária.

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“Ela é bem mais frequente em idosos, por conta do envelhecimento do sistema, comorbidades associadas e medicamentos. Entre adultos, as mulheres são as mais afetadas, em especial devido a oscilações hormonais ao longo da vida”, diz.

Também pertencem ao grupo de risco:

Pessoas na faixa etária de 40 a 50 anos;

Pacientes que já realizaram cirurgia em ouvido;

Pessoas que foram vítimas de traumas cranianos.

Sintomas

Larissa destaca como os principais sintomas da labirintite:

Incapacidade de andar em linha reta

Sensação de desequilíbrio

Sensação de flutuar

Incapacidade de movimentos como virar na cama, levantar

Náuseas ou vômitos (acompanhando outros sintomas como os citados acima);

Sensações auditivas como pressão em ouvido ou sensação de modificação da percepção do som (zumbido).

Todos esses sintomas, explica a otorrinolaringologista, podem permanecer por segundos ou durar dias.

Jeanne ressalta que a tontura pode ser descrita pelo paciente de diversas formas, incluindo vertigem, instabilidade, escurecimento visual, desorientação espacial, cabeça oca, desequilíbrio. “Pode vir ou não acompanhada de outros sintomas como náuseas, vômitos, dor cervical. Pode haver zumbido e perda auditiva associada, além de sensação de ouvido tampado. A tontura pode ocorrer apenas ao deitar e levantar da cama etc.”, acrescenta.

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Ainda de acordo com Jeanne, a labirintite não é um problema grave, mas pode ser bastante debilitante em alguns casos. “Dependendo da pessoa, a labirintite pode levar a quedas, perda da consciência, restrição de atividades, redução da qualidade de vida. Há casos em que uma crise aguda de vertigem pode estar relacionada a um derrame ou AVC, aí sim é grave, mas isso não é o mais frequente”, explica.

Diagnóstico

Jeanne explica que o diagnóstico é firmado pela história clínica descrita pelo paciente e pode ser complementado por exames, incluindo os de sangue, de imagem, eletrofisiológicos da audição, do labirinto, entre outros, tudo de acordo com a suspeita clínica.

Larissa ressalta que é preciso sempre descartar causas centrais, ou seja, do cérebro, como acidentes vasculares cerebrais, lesões, tumorações. “Existem exames que delineiam para causas centrais (do cérebro) ou periféricas (labirinto), bem como localizam em qual ramo do nervo vestibular pode estar comprometido (nervo responsável por levar informação do labirinto ao cérebro). Muitas vezes devemos lançar mão de exames de imagens para melhor elucidação clínica”, destaca.

Tratamento

Os tratamentos disponíveis para a labirintite se dividem em: tratamento dos sintomas, tratamento das causas, reabilitação do labirinto e tratamento com medicamentos.

Tratamentos dos sintomas

Jeanne explica que existem diversas estratégias de tratamento não medicamentosas, como manobras de reposição canalicular, reabilitação vestibular, fisioterapia, entre outras.

Em relação a medicamentos, Larissa destaca que existem medicações para reduzir o estímulo do labirinto (depressores do labirinto), que reduzem os sintomas, bem como medicações que reduzem náuseas e vômitos.

Tratamentos das causas

Os tratamentos são os mais variados possíveis a depender da causa da labirintopatia. Uma labirintopatia bem frequente, de acordo com Jeanne, é a Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), que conta com episódios bruscos de vertigem, sensação de que o ambiente está rodando, e que têm duração de até um minuto.

“O labirinto possui pequenos cristais de carbonato de cálcio (tipo pedras muito delicadas) que ficam em uma bolsa no centro deste órgão e são essenciais para o bom funcionamento do ouvido. Porém, quando esses cristais se desprendem da superfície, passam a flutuar e, então, ocorre a VPPB”, comenta Jeanne. “Neste caso, o tratamento é baseado na manobra de reposição canalicular, feita em consultório pelo médico Otoneurologista”, destaca.

Porém, ressalta Jeanne, existem outros tipos de labirintopatia e os tratamentos podem variar muito: dieta restritiva de determinados alimentos, hidroterapia, reabilitação vestibular (espécie de exercícios para fortalecer o labirinto), introdução de medicamentos para o labirinto em alguns casos, retirada de medicamentos causadores de labirintopatia, fisioterapia, substituição sensorial, entre outros.

Reabilitação do labirinto

Larissa explica que a reabilitação do labirinto consiste em exercícios específicos e repetitivos, planejados por fisioterapeuta ou fonoaudiólogo, e visa melhorar a tolerância à mudança de posição. “Verifica-se melhora dos movimentos, melhora da marcha, da tolerância a movimentos simples, como levantar da cama ou estender uma roupa – funções que, para o paciente com labirinto instável, poderiam ser impossíveis. Esses exercícios auxiliam no retorno a atividades diárias mais precocemente”, destaca.

A otorrinolaringologista Jeanne acrescenta que a reabilitação do labirinto é sempre direcionada caso a caso. “Nunca é a mesma estratégia para todo e qualquer paciente. Depende do tipo de queixa clínica apresentada, se aguda, se crônica, quais as restrições e incapacidades apresentadas, o que se tem de função residual do labirinto, o que pode ser recuperado”, diz.

Medicamentos

Larissa explica que podem ser usadas medicações de fase aguda (cinarizina e flunarizina, geralmente uso limitado, até uma semana) e medicações para evitar novos episódios (ginko biloba e betaistina – estes para uso prolongado).

“Além disso, para reduzir náuseas e vômitos, pode-se fazer uso de medicações como dimenidrato, meclizina, ondansetrona e corticoides. A depender da intensidade dos sintomas medicações venosas e hidratação ou, até mesmo, internações são necessárias”, destaca Larissa.

“Lembrando que pacientes com quadro de difícil controle, a reabilitação apresenta excelentes resultados. Além disso, diversos alimentos estimulam o labirinto, como café, chás, carboidratos e bebidas alcoólica, então, até o restabelecimento do equilíbrio, é importante reduzir a ingestão”, acrescenta a otorrinolaringologista.

Vale destacar que, no caso de labirintite, o excesso de medicações pode causar sonolência excessiva e redução de reflexos e concentração. “Por isso, medicações somente sob prescrição médica”, alerta Larissa.

O maior risco da automedicação, conforme destaca Jeanne, é a piora dos sintomas de labirintopatia. “Além da não melhora ou cronificação do problema sem a devida solução do mesmo. Outro destaque que deve ser dado é para os efeitos colaterais decorrentes da automedicação, incluindo Parkinsonismo, cefaleia, sonolência, tremores de mãos e extremidades, aumento dos níveis de açúcar no sangue, entre outros”, explica a médica.

Convivendo com a doença

Larissa explica que a estabilidade emocional, a qualidade de sono, a alimentação balanceada e o controle de doenças crônicas estão relacionados à redução das crises vertiginosas. “Em quadros crônicos de labirintopatia, é de suma importância o acompanhamento com otorrinolaringologista. Sempre é bom reforçar que bom equilíbrio emocional reduz muito a chance de episódios de tontura, ou o tornam mais leves”, diz.

Neste sentido, existem algumas dicas práticas que ajudam a pessoa a conviver da melhor maneira possível com a labirintite e a evitar as tonturas:

Ter uma alimentação saudável, evitando, por exemplo, alimentos industrializados (que contêm excesso de sal), açúcar, gorduras trans e carboidratos de rápida absorção;

Não fazer jejum prolongado;

Fazer check-up da saúde regularmente;

Não usar medicamentos sem prescrição;

Não fumar;

Evitar bebidas alcoólicas;

Fazer atividade física regularmente;

Prezar por um bom sono, usando, por exemplo, roupas confortáveis, travesseiro e colchão de qualidade etc.;

Não usar drogas;

Beber bastante água;

Evitar ao máximo o estresse;

Procurar formas de controlar a ansiedade.

Uma informação importante, de acordo com a otorrinolaringologista Larissa, é que a tontura nunca será para sempre, entretanto, não há uma cura definitiva permanente. “O próprio labirinto junto aos tratamentos citados geralmente acabam por restabelecer o equilíbrio”, finaliza.

Agora você já sabe que a labirintopatia, popularmente chamada labirintite, pode gerar sintomas bem desagradáveis, porém, geralmente não é uma doença grave. Ainda assim, deve ser acompanhada de perto por um médico otorrinolaringologista que indicará a melhor forma de tratamento. Fonte: Dicas de Mulher*

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