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Com fé e oferendas, devotos lotam Rio Vermelho e reverenciam Iemanjá

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Com fé e oferendas, devotos lotam Rio Vermelho e reverenciam Iemanjá

Por: G1

Devota de Iemanjá foi até as pedras do Rio Vermelho para reverenciar a Rainha do Mar em Salvador (Foto: Sérgio Pedreira/Ag Haack)

 

A longa fila que se formou desde a madrugada desta quinta-feira (2), na Rua da Paciência, bairro do Rio Vermelho, em Salvador, é uma das principais demonstrações de devoção à Iemanjá. Mas a simbologia da reverência do povo baiano, e também de turistas, à "Rainha do Mar" pode ser vista em qualquer ponto da praia do bairro considerado berço das homenagens. 

E foi lá no Rio Vermelho que a festa foi aberta com uma alvorada antes das 5h, quando ainda era a lua que iluminava a orla. Na fila, centenas de fiéis aguardavam o grande momento de entregar as oferendas na Colônia de Pescadores, onde são guardados os balaios com presentes que vão para o alto-mar em dezenas de embarcações durante a tarde. Flores, perfumes, espelhos, colares, pentes. Segundo a crença do candomblé, Iemanjá é conhecida pela vaidade.

As flores são maioria, pois as pessoas se dizem mais preocupadas com o cuidado em não poluir o mar. É o caso da dançarina Margareth Alves que disse já ter jogado perfume na água sem o frasco, mas que hoje prefere oferecer as flores como oferendas.

"Sempre trago flores. É uma forma de agradecer", disse. A escolha do presente da amiga de Margareth, Maristela Lins, foi semelhante. "Sempre escolho flores, nunca joguei nada no mar que não fossem flores. Sou de João Pessoa, moro em Salvador há 19 anos e desde então admiro essa festa", conta.

As flores também são preferências de Rita de Cássia Paiva, mas no caso dela é para a venda. A autônoma de 53 anos já trabalha há cerca de 10 anos na Festa de Iemanjá, na capital baiana. "Vendo flores porque elas são lindas. Estou satisfeita com as vendas, a procura está grande. São duas por R$ 5. Tenho certeza que é o presente que Iemanjá mais gosta", brinca.

Em meio à movimentação do Rio Vermelho, há quem espera receber boas energias com um banho de folhas ao longo da Rua da Paciência. Essa é uma tradição do candomblé. "É para afastar o mau olhado, os inimigos, e ter êxito nos objetivos e abrir caminhos", explicou Luiz de Tempo, pai de santo que já participa da festa há 20 anos.

Da calçada onde pai Luiz oferta o banho é possível observar os devotos na areia da praia que fica lotada ao longo do dia 2 de fevereiro. O local se transforma em um  verdadeiro tapete branco e azul, cores que representam Iemanjá. "O branco e azul também são referências às cores do mar. Estão associados. Iemanjá é a grande rainha, mãe de todos", acredita o jovem Ubirailton Jambeiro, religioso do candomblé.

Da orla, é possível ver as pessoas organizando os balaios de presentes, colocando flores no mar, pegando barcos para levar as oferendas para longe da costa e também muito samba de roda pelas ruas. Em mais uma demonstração de fé e tradição, muitas pessoas fazem questão de se aproximar da Colônia de Pescadores, onde está o presente considerado "oficial". Por lá, a recepção das oferendas ocorre ao longo do dia e, por volta das 15h30, segundo os pescadores, ocorre um cortejo no mar com cerca de 200 embarcações que levam os presentes a Iemanjá.

 

Presente principal feito pelos pescadores da colônia do Rio Vermelho (Foto: Max Haack/Ag. Haack)

 

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