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Suspeito de matar torcedor foi preso em fevereiro por briga com outro tricolor

Salvador

Suspeito de matar torcedor foi preso em fevereiro por briga com outro tricolor

Por Pesquisa Web

Suspeito foi preso na segunda (10).

O suspeito de matar o torcedor do Bahia Carlos Henrique de Deus, 17 anos, após o clássico BaVi, no domingo (9), já havia sido preso em fevereiro deste ano após briga com outro tricolor. De acordo com a Polícia Civil, Pietro Henrique Ferreira Caribé Pereira, 25, conhecido como Gringo, é estudante de direito, motorista do Uber e vigilante da Unifacs. Ele nega ligação com o crime, mas foi reconhecido por testemunhas e identificado pela vítima que sobreviveu ao ataque.

Ainda segundo a polícia, em fevereiro, Pietro agrediu um torcedor do Bahia e rasgou a camisa da vítima. Ele ficou dez dias presos no Centro de Observação Penal (COP), na Mata Escura, sendo liberado após pagar fiança. Ele responde pela briga e por tentativa de furto, já que os documentos e o celular da vítima desapareceram após a confusão. Hoje, Pietro teria uma audiência sobre este caso. Além disso, Gringo também já tinha passagem por furto de veículo em 2011.

Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de atirar no adolescente. Outros quatro suspeitos estão sendo procurados por ter ligação com o crime - um deles também teria atirado nos tricolores. Ainda de acordo com a investigação, além de Carlos Henrique e do amigo, que sobreviveu, uma outra vítima foi atingida de raspão - uma mulher que ainda não foi localizada.

"A vítima sobrevivente aponta ele, sem sombra de dúvidas, como sendo o autor dos disparos. Temos outros envolvidos e estamos tentando alcançá-los. São quatro suspeitos que foram em direção à vítima, mas somente dois teriam atirado", informou a delegada Patrícia Brito, titular da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS). O nome do outro suposto atirador não foi divulgado para não atrapalhar as investigações e nem dificultar a prisão do mesmo.

Briga de torcida
A polícia diz que o crime foi motivado por briga de torcida. "Eles não tinha rivalidade pessoal, a motivação foi conflito de equipes", disse a delegada. No jogo deste domingo, a torcida visitante, a do Vitória, saiu meia hora após o jogo. O adolescente morto era torcedor do time rival, o Bahia, e estava indo embora da Fonte Nova à pé com o amigo quando houve a confusão. Segundo a polícia, dois carros pratas e dois ônibus da Torcida Imbatíveis (TUI), que levavam rubro-negros, passaram pela Vasco da Gama e encontraram os torcedores tricolores.

Em seguida, os ônibus fecharam a frente do Posto Shell, encurralando os torcedores do time rival. Os tricolores, assustados, correram para dentro do posto na tentativa de se esconder. Carlos correu para o lava-jato do posto. Seu amigo, o frentista Isais Souza Santos, 27, foi para o lado da troca de óleo. Os dois foram espancados e baleados.

Atingido de raspão no pescoço, Isais foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE). Carlos foi atingido na perna, canela e tórax. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A polícia diz que Carlos Henrique e o suspeito não se conheciam e não tinham marcado briga pela internet. Ainda segundo a polícia, nem Carlos e nem Isaías tinham passagem por delegacias.

"Nos veículos estavam os supostos autores dos disparos e outras pessoas da torcida do Vitória", afirmou a delegada. Ainda segundo ela, o carro de Gringo é prata, mesma cor dos carros envolvidos. A arma utilizada no crime ainda não foi encontrada pela polícia. As imagens do posto de gasolina já foram solicitadas e serão periciadas. Procurado, o presidente da torcida Imbatíveis não atendeu às ligações.

Nas redes sociais, suspeito aparece com roupas dos Imbatíveis

Defesa
A defesa do suspeito nega que ele tenha envolvimento com o crime. Segundo o advogado Antônio Glorisman, Pietro se desligou da Torcida Imbatíveis em fevereiro, após a confusão com o torcedor do Bahia. Ele alega que Pietro estava no jogo deste domingo com a namorada e o cunhado, mas após a partida foi para a casa da mãe e duas horas depois foi para a casa da companheira, em Cajazeiras, onde passou a noite. Ainda segundo o advogado, ele saiu do estádio às 18h40 e chegou na casa da mãe às 19h10.

Hoje pela manhã, a polícia foi até a casa da mãe dele, no Garcia. Ele não estava no local, mas a mãe ligou e informou que policiais estavam querendo entregar documentos para ele. Provavelmente achando que se tratava de algo da audiência, ele foi até lá e foi preso. Se condenado, Pietro responderá por homicídio pela morte de Carlos, e tentativa de homicídio, por ter atingido Isaías.

A pedido do advogado, justificando-se com uma portaria da Vara de Execuções Penais do Ministério Público, não permitiu a apresentação do suspeito. Na tarde de hoje, ele seria apresentado em coletiva de imprensa na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, o que não ocorreu. Nesta terça-feira, a defesa levará a namorada e cunhado de Pietro para depor a favor dele no DHPP.

Crime
O adolescente morreu por volta das 20h deste domingo (9), ainda no posto de combustível. O crime aconteceu após o término da partida entre Bahia e Vitória pelo Campeonato Baiano. Carlos Henrique Santos de Deus, 17, tinha ido ao estádio assistir ao jogo e estava a caminho de casa, na Rua Ferreira Santos, no bairro da Federação, quando foi atingido no abdômen e na perna.

Segundo testemunhas, a pessoa que atirou estava a bordo de um veículo, que parou próximo ao adolescente e disparou. Além de Carlos Henrique, outro amigo, o frentista Isaias Souza Santos, 27, foi atingido de raspão no pescoço e levado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral do Estado (HGE). Ele passou por uma cirurgia na madrugada desta segunda-feira, para retirada da bala. Seu estado de saúde é desconhecido.

O primo do frentista, o zelador Jandson de Jesus Mota, 26, informou que o primo esteve consciente durante todo tempo e narrou à família o que teria acontecido. "[Isaias] me disse que eles tinham acabado de passar pelo Dique e atravessaram a rua. Foi quando três homens, apenas um deles armado, chegou atirando. Ele contou que se escondeu na parte de troca de óleo do posto", relatou.

Ainda conforme o primo da vítima, dois, dos três homens vestiam a camisa do Vitória. "Ele contou que viu os caras com os uniformes. Mas foi só. Ele está bastante abalado porque viu o Carlos morrer. Iam juntos para os jogos. É lamentável", pontuou. Correio*

 

 

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