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Passageiro morto em assalto na Paralela já tinha impedido outro roubo a ônibus

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Passageiro morto em assalto na Paralela já tinha impedido outro roubo a ônibus

Por: Pesquisa Web

Djalma Paixão estava a caminho do trabalho quando morreu. Ele deixou dois filhos
(Foto: Reprodução)

O pintor Djalma Paixão Ferreira, 42 anos, que morreu no assalto ao ônibus na Paralela na manhã de sexta-feira (5), já tinha sido vítima de um assalto há 15 dias, dentro de outro ônibus, também na Avenida Paralela. Ontem, Djalma estava a caminho do trabalho e foi atingido no tórax enquanto rezava durante a ação dos bandidos. Ainda consciente, ele chegou a sair do coletivo e correu, mas caiu metros depois, sem vida. 

“Ele já tinha sido assaltado há 15 dias no mesmo lugar, na Avenida Paralela, quando também ia trabalhar. Encostaram o cano de uma arma na cabeça dele e levaram seu celular, mochila e Bíblia”, contou o irmão de Djalma, o maqueiro Dilson da Paixão Ferreira, 51. Dois dias depois desse episódio, Djalma evitou que bandidos subissem em um ônibus, mais uma vez quando estava a caminho do trabalho, na Paralela.

“Ele reconheceu os bandidos que tinham assaltado ele pela primeira vez. O ônibus estava parando, após um deles acenar com a mão, quando ele percebeu que havia outro homem escondido atrás de um poste. Ele lembrou de um deles e gritou: ‘Motorista, não para. Eles são assaltantes’ e o motorista arrastou o ônibus”, relatou Dilson.

Durante o assalto em que foi morto, ontem de manhã, Djalma estava nervoso e rezava fervorosamente, segundo relato de outros passageiros. “Meu irmão já estava traumatizado. Há 15 dias tinha uma arma apontada para ele. Em seguida, quase foi roubado novamente. A reação dele não poderia ser outra, pânico de rever tudo aquilo de novo. Isso pode ter sido agravado se ele reconheceu novamente os bandidos”, disse Dilson.

Djalma pensou, por conta da insegurança, em abandonar o emprego como pintor numa obra na Estrada do Coco. “Ele chegou a comentar com a minha mãe que não aguentava mais viver em pânico, que preferia ficar desempregado a levar um tiro, o que acabou acontecendo, morreu com um tiro”, declarou.

Dilson não escondeu a revolta. “Meu irmão deixou dois filhos. Ele foi trabalhar para garantir o sustento deles. Por que esses bandidos não fizeram o mesmo? Podiam vender até balas, salgadinhos, mas agirem dessa forma? Tirar a vida de quem acorda cedo para trabalhar? Isso é o que mais me revolta”, desabafou o maqueiro.

Djalma não era casado. Até a noite de ontem, o corpo dele ainda estava no Instituto Médico Legal (IML). O sepultamento do pintor está marcado para as 11h30, no cemitério Quinta dos Lázaros. Correio*

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