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Suspeitos de atirar ovos em Doria são proibidos de entrar em câmara

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Suspeitos de atirar ovos em Doria são proibidos de entrar em câmara

Por G1

João Doria é atingido por ovo antes de solenidade na Câmara de Salvador.

A Câmara de Vereadores de Salvador informou, na noite desta terça-feira (8), que identificou três homens suspeitos de ter atirado ovos no prefeito de São Paulo, João Doria, durante uma manifestação em frente à casa legislativa na segunda (7), quando ele esteve na capital baiana para receber o título de cidadão soteropolitano. Um vídeo, divulgado nas redes sociais, flagrou o momento em que Doria foi atingido na cabeça por um ovo.

Em contato com o G1, o presidente da Câmara, o vereador Léo Prates, disse que os suspeitos, que não chegaram a ser detidos pela polícia, são frequentadores assíduos do local e que, como punição, a Mesa Diretora decidiu proibir que eles tenham acesso às dependências da casa legislativa até o dia 31 de dezembro de 2017.

"Eles foram identificados através de imagens das câmeras de segurança da Câmara e também foram reconhecidos por policiais que estavam atuando durante a manifestação. São pessoas que foram identificadas cometendo excessos durante a manifestação, arremessando ovos, provocando violência e danificando o patrimônio público. Uns se manifestaram de forma ordeira, o que faz parte do jogo político, mas essas pessoas que foram identificadas cometendo excessos", destacou Prates.

Segundo o presidente da Câmara, dos 16 policiais militares que trabalham fazendo a segurança da casa, 9 estavam de plantão no dia da visita de Doria e alguns deles registraram, com celular, a ação dos suspeitos identificados. Conforme a polícia, um dos suspeitos identificados, de prenome Eucimar, estava no local do protesto com uma mochila, e a suspeita é de que os ovos tenham sido levados dentro dela e distribuídos aos manifestantes para que fossem jogados em Doria e no prefeito de Salvador, ACM Neto. Um dos identificados, segundo a polícia, de prenome Josival, aparece também nas imagens iniciado uma briga generalizada, enquanto outro, de prenome, Eudes, também foi flagrado danificando cavaletes da Câmara.

Ainda de acordo com Prates, é possível que mais pessoas, além das que foram identificadas, tenham atirado ovos e se envolvido na confusão. Ele disse, no entanto, que somente os três homens puderam ser identificados. "Com as imagens que temos, que já foram analisadas pela assistência militar da Câmara, não é possível identificar todos. É possível perceber que mais gente atirou ovos, mas esses três identificados passaram de qualquer limite do razoável", destacou Prates.

Sobre a decisão da Câmara de impedir a entrada dos suspeitos na casa até o final do ano, Prates disse que a Mesa Diretora se baseou no regimento interno. "Não é uma decisão comum, mas é uma decisão que pode ser tomada em casos extremos como esse. Portanto, a decisão se baseou em um dispositivo regimental, que vale tanto para os vereadores como para as pessoas que frequentam a Câmara. Foi um ato que deu uma repercussão nacional e atingiu, de certa forma, a imagem da Câmara. Houve uma série de danos na Casa. Foi uma ato extremo que precisou reação extrema", destacou.

Caso
O prefeito João Doria, foi atingido por um ovo logo quando chegava à Câmara Municipal de Salvador, na noite desta segunda-feira (7). A solenidade de entrega do título de cidadão soteropolitano a ele ocorreu com a presença do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), do presidente da Câmara, Léo Prates (DEM), além de outros integrantes do cenário político da Bahia.

Bem antes da solenidade, um grupo que não era a favor da doação do título já protestava em frente à Câmara. A manifestação foi formada por estudantes, populares, além de integrantes de sindicatos como a CUT e grupos como o Levante da Juventude Popular.

Conforme o Centro Integrado de Comunicação (Cicom) da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), durante a confusão, um homem que participava do protesto ficou ferido e precisou ser atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Em nota, a PM disse que "alguns presentes passaram a arremessar ovos em direção ao homenageado da noite. Mesmo com todo o empenho do efetivo empregado no local, evitando situações mais graves de conflito entre manifestantes e autoridades, infelizmente não foi possível identificar os autores do agressão".

Em seus perfis oficiais no Twitter e no Facebook, Doria publicou um vídeo e fez postagens em texto lamentando o ocorrido. Doria apontou a vereadora baiana Aladilce Souza (PCdoB) como uma das responsáveis por organizar a ovada. De acordo com Doria, Aladilce arquitetou a ovada “em conjunto com vereadores e membros do PT, PSOL e da Rede que querem pregar a intolerância no Brasil”. Procurada pelo G1, Aladilce negou a acusação.

Segundo Doria, além dos ovos, os manifestantes usavam palavreado agressivo e chegaram a apontar rojões em sua direção. “Um rojão apontado contra uma pessoa pode ferir gravemente, pode matar”, disse, relembrando o caso do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que foi morto por um artefato do tipo durante protesto no Rio de Janeiro em 2014.

Doria afirmou que esta foi a primeira vez que recebeu uma recepção tão “hostil” de opositores políticos. “Isso é condenável em qualquer circunstância (...) eu repudio isso e espero que esse tipo de atitude não se torne um comportamento na vida brasileira, sobretudo em um país que preserva a democracia e suas instituições”, completou.

A proposição aprovada pela Câmara municipal, para o título a João Doria, é de autoria do vereador de primeiro mandato, Felipe Lucas (PMDB). João Doria é filho do ex-deputado federal baiano João Agripino da Costa Doria Neto, que teve mandato cassado em 1964 pelo regime militar.

 

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