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Jovem denuncia homofobia por ter sido detido após beijo gay no carnaval

Salvador

Jovem denuncia homofobia por ter sido detido após beijo gay no carnaval

Por G1


Em nota, Polícia Militar informou que vai apurar situação.

 

Um jovem de 24 anos diz ter sido vítima de homofobia e abuso de poder após ser detido por um oficial da Polícia Militar, com outros dois amigos, depois de dar um beijo (selinho) em outro homem, no carnaval de Salvador. A situação ocorreu no circuito Osmar (Campo Grande), no centro da capital baiana, na segunda-feira (12).

O designer Ciro Fico, o amigo que ele beijou e uma amiga que estava com eles foram levados para uma delegacia da região, e foram autuados por desacato a autoridade e importunação ofensiva ao pudor. Os três só deixaram a unidade policial após assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). O celular da amiga do designer, que foi usado para filmar parte da situação, foi apreendido.

No Boletim de Ocorrência (B.O) da situação, o oficial da PM, que não teve o nome divulgado, relata que Ciro Fico e o amigo causaram "constrangimento ao público presente" com o beijo, e que a amiga deles teria feito "apologia ao crime 'beijos lascivos'" por defender os dois. Nas redes sociais, Ciro compartilhou uma foto do documento e, na legenda da imagem, relatou a situação. No texto, o jovem critica a postura do PM e se manifesta contra a prisão. Em 24h, a publicação teve mais de 420 curtidas e 164 compartilhamentos.

"... meu amigo deu um beijo de despedida num amigo dele e para nossa surpresa rapidamente foi abordado por um policial falando que era pra ele parar com aquele comportamento, que tinham famílias ali que não precisavam ver aquilo, e que se ele quisesse fazer esse tipo de coisa, que fosse para a Barra que era seu lugar.

Neste momento Renata se colocou entre o policial e os dois, dizendo que era mãe, que família podia ver aquilo sem problema e recebeu uma ameaça à guarda do seu filho como resposta, antes de sair o policial ainda empurrou Renata. Nesse momento puxei meu amigo e dei um selinho nele, pra deixar claro o absurdo de tanta causação por um gesto tão simples de afeto, o policial seguiu na direção do bloco e ficamos ali travados por um tempo, revoltados sem sabem como/se reagir", conta o jovem em um trecho do texto.

Ciro continua o relato explicando como ocorreu a prisão. "Pensando em carnaval e nos estresse, resolvemos seguir nosso caminho para a Barra e tentar esquecer isso, porém ali no retorno da Casa D’Itália tivemos a infelicidade de cruzar com o mesmo policial. Aparentemente, nosso erro foi ter trocado olhares de identificação com ele enquanto passávamos, meu amigo que estava na frente recebeu voz de prisão e eu desesperado comecei a gritar 'Homofobia! Homofobia!' em busca de algum apoio… recebi uma voz de prisão, enquanto Renata tentava nos defender e era ameaçada pelos policiais.", completou o jovem.

Em nota, a Polícia Militar da Bahia informou que encaminhou o relato feito pelo jovem para a Corregedoria da corporação, para que a situação seja apurada. No comunicado, a PM ainda orientou que o jovem e os amigos compareçam à sede do órgão (Rua Amazonas n° 13, Pituba, Salvador) para serem ouvidos e passarem mais detalhes sobre o fato.

A PM pediu também para que, no momento do contato, os três apresentem o máximo de informações possíveis (como a descrição física do policial, data e hora do fato), para que, com base nesses dados, a corporação possa instaurar um procedimento apuratório.
 

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