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Exame que dá certificado do ensino médio terá custo de R$ 91,9 milhões

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Exame que dá certificado do ensino médio terá custo de R$ 91,9 milhões

Por: G1

Encceja - HIstória e Geografia - Ensino Fundamental.

 

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para residentes no Brasil (Encceja) terá custo de R$ 91.911.110,57. A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nesta quinta-feira (21).

Na quarta (20), o G1 publicou uma reportagem apontando que o governo não havia divulgado estimativas dos custos da aplicação do exame. De acordo com o instituto, o empenho financeiro para a aplicação do exame foi liberado nesta segunda-feira (18). (Os dados relacionados ao Enem ainda não foram divulgados: em 2016, o exame custou R$ 788 milhões.)

Os custos por participantes são:
• Encceja Nacional Regular: R$ 48,52
• Encceja Nacional Regular com atendimento especializado individual – auxilio ledor e transcritor: R$ 1.687,99
• Encceja Nacional Regular com atendimento especializado agrupado em até 6 participantes por sala – leitura labial e intérprete de libras: R$ 343,03
• Encceja Nacional Regular com atendimento especializado agrupado com até 20 participantes por sala – prova ampliada e superampliada: R$ 75,82
• Encceja Nacional Regular com atendimento especifico que dispensou recurso – idosos, gestante, lactante e outros): R$ 75,66
• Encceja Nacional PPL: R$ 39,39
• Encceja Exterior Regular (apenas processamento, digitalização e 1ª e 2ª correção): R$ 17,10
• Encceja Exterior PPL (apenas processamento e digitalização): R$ 17,10

O Encceja serve para a obtenção do certificado do ensino fundamental e médio. A prova será aplicada em 19 de novembro para 1,5 milhão de brasileiros inscritos. Desde 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) era utilizado para conceder os diplomas, mas deixou de ter esta função em 2017.

Banco de itens
Na quarta-feira, o G1 mostrou que a prova que pode dar o diploma escolar para 1,5 milhão de brasileiros neste ano foi elaborada com a reutilização de questões que já foram aplicadas em edições anteriores da avaliação. Por isso, nenhuma prova antiga do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para residentes no Brasil (Encceja) é divulgada pelo governo federal. O objetivo é tentar manter a surpresa, proibindo que alunos estudem com base nas provas já aplicadas. Abaixo, veja trecho da nota do Inep que explica as razões para a manutenção do sigilo das provas já aplicadas.

"A maioria das questões que compõe a prova do Encceja 2017 é inédita, ou seja, nunca foram aplicadas em edições passadas. Entretanto, qualquer teste baseado na Teoria de Resposta ao Item (TRI) deve apresentar uma parte de questões pré-testadas. Essas questões funcionam como itens comuns entre as aplicações e permitem calibrar os itens que serão cobrados nas provas. Esse procedimento é essencial para que seja usada a TRI para o cálculo dos resultados de proficiência dos participantes do Exame.

A TRI é utilizada no Encceja, no Enem e em outras avaliações desenvolvidas pelo Inep. O uso, nos testes, de itens novos e comuns é uma prática legítima e estabelecida na literatura, não comprometendo a qualidade da prova. Finalmente, o uso da TRI permite que os resultados provenientes das diversas aplicações sejam comparáveis entre si, uma vez que todos os resultados encontram-se em uma mesma escala.

No Encceja 2017, o Inep está trabalhando com quatro aplicações diferentes (Encceja Exterior, Encceja Nacional, Encceja Exterior PPL e Encceja Nacional PPL) para cada nível de ensino, totalizando oito tipos distintos de provas. Como cada prova tem 120 questões, são necessárias 960 questões para garantir a aplicação do Exame.

A produção de itens de prova é complexa. O processo envolve a publicação de um edital de chamada pública, a elaboração e revisão de itens em si, montagem e aplicação de pré-testes, análise psicométrica dos itens pré-testados e reanálise dos itens para montagem dos instrumentos de aplicação. Só após esse processo, demorado e oneroso, a prova é montada. Para isso, considera-se a temporalidade do item e a leitura cruzada entre todas as áreas do conhecimento para evitar repetição de assuntos.

A complexidade da produção de um único item exige uma disponibilidade de recursos expressiva e um calendário definido. A interrupção de aplicação do Encceja para certificação do Ensino Médio paralisou, consequentemente, a produção desse tipo de questão. O Inep, portanto, optou pela reutilização de alguns poucos itens usados em diferentes edições anteriores do Encceja.

Para isso, usou recursos de monitoramento de sua exposição pública, com a adoção de períodos de quarentena e intercalações entre as aplicações regulares e nos presídios, no Brasil e no exterior. O uso de alguns itens antigos não diminui a qualidade da prova porque a Matriz de Referência não mudou para as edições analisadas e, consequentemente, os itens permanecem atuais. A Matriz é um recorte curricular do que o participante precisa demonstrar em termos de habilidades.

A não disponibilização das provas anteriores não visa manter a surpresa, muito menos proibir que alunos estudem com base nas provas já aplicadas. O objetivo é manter o sigilo sobre a base de itens. É inviável a produção de 960 itens inéditos a cada edição, considerando que para se ter 960 itens válidos outros tantos precisam ser feitos para pré-testagem. Para se ter uma ideia, o Enem, com duas aplicações anuais – a regular e a PPL – demanda 360 itens.

Não há, também, qualquer obrigação legal de disponibilizar itens para o público. Mesmo assim, para auxiliar os participantes, o Inep disponibiliza, em seu portal, materiais de estudo composto por volume introdutório, quatro volumes de orientações aos professores e oito volumes de orientações aos estudantes (quatro para o Ensino Fundamental e quatro para o Ensino Médio)."

 

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