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Projeto Corais de Maré prevê a produção de 750 novas mudas de corais ainda este ano

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Projeto Corais de Maré prevê a produção de 750 novas mudas de corais ainda este ano

Patrocinada pela Braskem, iniciativa foi apresentada em workshop de divulgação científica nesta quinta-feira

Por: CN com Assessoria de Comunicação

Foto: Divulgação

Setecentas e cinquenta novas mudas de corais serão produzidas ainda em 2023, para a restauração de recifes na Baía de Todos-os-Santos pelo Projeto Corais de Maré. O anúncio foi feito durante o 1º Workshop de Divulgação Científica, realizado na última quinta-feira, 9, no campus da Universidade Federal da Bahia, em Ondina. Essas mudas serão somadas às mil já plantadas em uma área de cinco mil metros quadrados no fundo do mar da Ilha de Maré, em Salvador. Patrocinada pela Braskem, a iniciativa usa suportes de plástico em bases feitas com esqueletos do Coral-sol, espécie considerada invasora na região, na produção de sementeiras para cultivo do coral nativo, o Millepora alcicornis.  
 
O Coral-sol é extraído e após passar por secagem é triturado e utilizado para fabricação das sementeiras, onde as mudas são fixadas. “As sementeiras darão origem à fixação dos fragmentos do coral nativo, criado para que se transformem em colônias e, a partir daí, serão implantadas nos recifes”, afirma José Roberto Caldas, conhecido como Zé Pescador, CEO da Carbono 14, empresa realizadora do projeto. A iniciativa ainda conta com a parceria da Universidade Federal da Bahia, através do Instituto de Geociências, e do Instituto de Pesca Artesanal de Ilha de Maré (IPA).
 
Durante o Workshop, foram apresentados os resultados do primeiro ano de atividades do Corais de Maré e do projeto Mares para estudantes e profissionais das áreas de Biologia, Meio Ambiente e do Instituto de Geociências da UFBA.  O professor de Geociências da UFBA e especialista em Corais, Igor Cruz, destacou que o encontro foi importante para a discussão de pontos de melhoria nos planos dos projetos para médio e longo prazos. Ele ainda alertou para a postura na conservação de ecossistemas ameaçados, como os recifes de corais, revelando que novas espécies de corais serão trabalhadas em laboratório.
 
Corais de Maré

Nesta atividade pioneira na Baía de Todos-os-Santos, as sementeiras são instaladas em berçários no fundo do mar, sendo fixadas com plástico e outros materiais, o que potencializa o crescimento do coral. No primeiro ano do experimento, o uso do poliacetal, um tipo de plástico conhecido por sua resistência, fez o coral nativo Millepora alcicornis dobrar sua taxa de crescimento. Com essa ação, a iniciativa busca recuperar parte dos recifes, que teve a quantidade de corais reduzida em cerca de 50% desde 2003, conforme levantamento de pesquisadores da UFBA. “Estamos experimentando a criação do coral nativo, porque ele é importante para o recife. O que dá a qualidade de um recife é a cobertura que ele tem de corais”, pontua Zé Pescador.
 
Para o segundo ano do projeto, a proposta é engajar ainda mais a comunidade quilombola de Bananeira, na Ilha de Maré, na execução das atividades por meio da capacitação de jovens da região, com idades de 18 a 30 anos.  “Esse é o segundo ano de participação desses jovens no Corais de Maré. No ano passado, eles tiveram a oportunidade de realizar um curso de agente ambiental. Este ano, estão mais engajados no projeto com a criação e restauração dos corais", explica Zé Pescador.
 
Para Alana Carvalho de Jesus, 21 anos, uma das participantes da iniciativa, o Corais de Maré está realizando seu sonho de poder contribuir para o desenvolvimento do ecossistema marinho e econômico, que irá beneficiar a sua comunidade. “É um sonho realizado estar no mar trabalhando. Minha expectativa é de que possamos restaurar uma diversidade de espécies e gerar mais emprego, além de mostrar para a nossa comunidade a importância de zelar pelo mar, que é o nosso lugar”, pontua.
 
A capacitação começou no dia 29 de setembro e terá duração de até seis meses, período em que os jovens irão aprender sobre a vida marinha, os serviços que o ecossistema do recife oferece, os manguezais e como cuidar dos sítios marinhos. Os participantes ainda receberão informações sobre a extração do Coral-sol, espécie considerada invasora e que provoca desequilíbrio no ecossistema de recifes; a fabricação de sementeiras para cultivo do coral nativo Millepora alcicornis e a instalação de berçários no fundo do mar. O objetivo é que eles estejam aptos para efetivamente contribuir com todo o processo de cultivo dos corais.

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