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Suspeito de matar estudante em assalto na Barra ganhava R$ 1,5 mil

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Suspeito de matar estudante em assalto na Barra ganhava R$ 1,5 mil

Por: Sites da Web

Geovane trabalhava com os pais

Toda vez que queria sair de casa Geovane de Santana Rocha, 22 anos, descia as escadas do prédio onde morava e podia escolher se usaria uma picape Saveiro ou uma motocicleta Honda para se deslocar. O jovem, que é acusado de matar o estudante Claudson Alberto Silva Júnior, 15, durante um assalto na Barra, tinha uma vida de classe média em Nazaré. Ele foi preso na manhã desta quinta-feira (18) suspeito de outro assalto, desta vez na Graça. Informações do Correio*

Geovane contou para os investigadores que trabalhava com os pais. A família é proprietária de um negócio que fornece comida em modelo delivery para estabelecimentos comerciais. Segundo o próprio Geovane, a mãe pagava um salário de R$ 1,5 mil para ele ajudar com o serviço. Nesta quinta, ele entrou na delegacia algemado e com o rosto coberto com uma camisa. Questionado se sentia vergonha pelo que fez, ele preferiu o silêncio.

Ele estava em casa quando foi surpreendido pelos policiais da 14ª Delegacia (Barra). Os investigadores bateram na porta da família Rocha por volta das 6h.  Segundo a titular da unidade, Carmen Dolores Bitencourt, Geovane se disse surpreso com a prisão.

"Uma nota foi divulgada pela imprensa, ontem, dizendo que a juíza tem cinco dias para apreciar o pedido de prisão que foi feito pelo envolvimento dele na morte do estudante da Barra, por isso, ele achou que estava tudo bem. Ele não sabia que foi identificado por outras duas vítimas em outro assalto. Fizemos um pedido de prisão por esse novo crime e a Justiça concedeu", afirmou a delegada.

O mandado de prisão preventiva foi expedido na segunda-feira (15) pelo juiz Claudio Césare Braga Pereira, da 10ª Vara Criminal. Geovane foi preso pela primeira vez uma semana depois de se envolver na morte de Claudson Júnior, mas recebeu um alvará de soltura um mês depois porque o prazo da detenção havia expirado. A nova prisão não tem prazo de validade. Geovane já foi indiciado por latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção de menores, no caso da morte de Claudson. Agora, vai responder também por assalto a mão armada, no caso da Graça.

Claudon Júnior estava chegando da escola quando foi abordado

Novo crime
Alguns dias depois que Geovane foi preso suspeito de assaltar e matar Claudson Júnior dois homens procuraram a 14ª Delegacia para prestar queixa contra o jovem. Eles reconheceram Geovane pelas imagens divulgadas na imprensa e contaram aos policiais que também foram vítimas dele, uma semana antes do crime na Barra.

Por volta do meio-dia do dia 23 de março, uma quinta-feira, as duas vítimas saíram do tabelionato onde trabalham e foram almoçar. Os dois homens caminhavam pela rua Diocleciano Barreto, na Graça, quando foram surpreendidos por um homem em uma motocicleta. O bandido estava armado com um revólver calibre 38 e exigiu que as vítimas entregassem os celulares e os relógios, em seguida, fugiu.

"Depois que viram a imagem de Geovane sendo divulgada, as vítimas estiveram na delegacia e fizeram o reconhecimento. Depois que o mandado (de prisão) foi expedido nós entramos em contato com o pai dele, mas não contamos os detalhes. O pai ficou de apresentar ele, mas não fez isso. Hoje, uma equipe do SI da 14ª Delegacia foi até a casa dele e fez a prisão", contou a delegada.

As vítimas disseram que o bandido estava usando um revólver calibre 38. O modelo é o mesmo usado para matar Claudson, por isso, os investigadores suspeitam que seja a mesma arma. Geovane disse não saber onde o revólver está e a polícia ainda procura pela prova.

Caso Claudson
O estudante Claudson Alberto Silva Júnior estava no portão do Edifício Guarujá, onde morava com a mãe, quando foi abordado por dois homens em uma motocicleta, por volta das 20h. O jovem voltava da escola e carregava uma mochila quando foi acuado pelos criminosos. Os bandidos exigiram que ele entregasse os pertences, mas o estudante reagiu.

Um dos homens desceu da moto e tentou tirar a mochila à força da vítima. Os dois entraram em luta até que o assaltante sacou a arma e atirou três vezes contra Claudson. O estudante foi baleado duas vezes, no tórax e ombro, e caiu logo depois. O criminoso voltou para a moto e a dupla fugiu.

O adolescente foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois. A ação dos bandidos foi registrada por uma câmera de segurança. No dia 3 de abril um adolescente de 17 anos foi apreendido suspeito de envolvimento no crime. Ele confessou a participação, disse que atirou na vítima e informou que era Geovane quem estava com ele no dia do assalto. Dois dias depois, Geovane procurou a polícia e se entregou.

Soltura
Um mês e quatro dias depois da prisão, a defesa de Geovane alegou que houve excesso no prazo para a conclusão do Inquérito Policial - a prisão temporária tem prazo de 30 dias. O advogado solicitou que o jovem respondesse ao processo em liberdade e a juíza acatou o pedido. 

Na decisão, a magistrada substituiu a prisão por medidas cautelares preventivas. Geovane terá que comparecer em juízo todos os meses a partir do dia 10 de maio para informar sobre as atividades; está proibido de deixar Salvador sem autorização da justiça; não poderá frequentar bares, boates e festas de largo; e não poderá ficar nas ruas entre às 19h e às 6h, de segunda à sexta-feira, e durante todo fim de semana.

Na sexta-feira (12), o Ministério Público da Bahia (MPE) ofereceu denúncia contra Geovane. A delegada responsável pelo caso fez um novo pedido de prisão para o suspeito e encaminhou junto com o inquérito para o MPE. A promotoria analisou o processo e deu um parecer favorável, ou seja, ratificou o pedido de prisão e ofereceu a denúncia.

 

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