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Fuga de animais silvestres em Itacimirim preocupa comunidade

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Fuga de animais silvestres em Itacimirim preocupa comunidade

Nos últimos meses, a população local está preocupada com os fluxos de migração de algumas espécies em Itacimirim

Por: CN com Assessoria de Comunicação

Foto: Divulgação

A presença de sariguês, cobras, capivaras, iguanas, corujas e tamanduás nas áreas próximas à Ilha do Meio e à Lagoa das Virgens em Itacimirim, município de Camaçari, destaca a rica biodiversidade desses ecossistemas.

Nas reservas de mata nativa, é possível avistar uma diversidade de animais, como teiús, jabutis, micos, aracuãs e gaviões, que encontram abrigo e alimento nessas áreas preservadas. A existência de um mini manguezal às margens do Rio Pojuca é especialmente notável e serve como área de reprodução para caranguejos e aratus, contribuindo para a saúde e o equilíbrio do ecossistema costeiro.

Nos últimos meses, a população local está preocupada com os fluxos de migração de algumas espécies em Itacimirim. No verão, um grupo de capivaras foi visto à noite pelas ruas da Ilha do Meio, testemunho angustiante da pressão exercida sobre esses animais e seus habitats naturais.

Segundo especialistas, a migração noturna das capivaras é uma adaptação forçada à perda de seus territórios naturais devido à urbanização desenfreada. Eles ressaltam a urgência de adotar medidas eficazes de conservação e manejo ambiental para proteger essas espécies e garantir a coexistência harmoniosa entre a vida selvagem e as comunidades urbanas.

“A preservação de áreas verdes, a criação de corredores ecológicos e a conscientização pública sobre a importância da conservação da biodiversidade são essenciais para enfrentar esses desafios e garantir o bem-estar de todas as espécies envolvidas”, afirmou a bióloga Cibele de Jesus Fernandes, moradora de Itacimirim e ativista do movimento ambientalista.

Ela chama atenção que, apesar dos desafios enfrentados pela vida selvagem devido à expansão urbana, ainda é possível encontrar uma variedade impressionante de espécies nas lagoas locais e nas reservas de mata nativa da área. A presença de peixes e camarões de água doce nas lagoas demonstra a importância desses ecossistemas aquáticos para a vida marinha e para a biodiversidade local. Mesmo com o avanço do junco e da poluição  em grande extensão da lagoa em Itacimirim, ainda é possível ver pessoas pescando na área como forma de sobrevivência.

Ameaças à APA

Itacimirim se insere na Área de Proteção Ambiental (APA) Lagoas de Guarajuba, regulamentada pela Resolução 387 de 27/02/91, do Conselho Estadual de Proteção Ambiental – CEPRAM. A área possui em torno de 230 hectares e sua gestão está a cargo do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA) através de seu Conselho Gestor.

Conforme dados do órgão gestor, é uma das áreas úmidas mais significativas do Litoral Norte, por funcionar como tampão hidrológico para reservatórios subterrâneos e servir de abrigo e reprodução de aves migratórias, jacarés e sucuris. No site do INEMA, www.inema.ba.gov.br dentre os principais conflitos ambientais constam: lançamento de esgoto doméstico, desmatamento dos manguezais, depósito irregular de lixo, lançamento de efluentes industriais e ocupação imobiliária irregular.

Alguns dispositivos jurídicos protegem o patrimônio ambiental na região. A Lei Complementar 1876/2023 que institui o Código de Meio Ambiente e regulamenta a Política de Meio Ambiente de Camaçari, prevê no artigo 119º, “a proteção aos animais silvestres, em vida livre ou mantidos em cativeiro, e que utilizam o território municipal em qualquer etapa do seu ciclo biológico, seus ninhos e abrigos, bem como os ecossistemas ou parte destes que lhe sirvam de habitat”.

Para os moradores e visitantes, esse ecossistema diversificado e rico em vida é importante não apenas para as espécies que habitam nele, mas para toda a comunidade local e para a conservação da biodiversidade regional. Para a comunidade, é essencial continuar protegendo e conservando essas áreas naturais para garantir a sobrevivência e o bem-estar das espécies que delas dependem, controlando os impactos que a expansão urbana provoca com medidas mitigadoras ou compensatórias, previstas em lei.

Texto por Cláudia Correia

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