![Está na hora de lutarmos por nós mesmos, por Edvaldo Jr. [Está na hora de lutarmos por nós mesmos, por Edvaldo Jr.]](https://www.cn1.com.br/fotos/artigos/107/IMAGEM_ARTIGO_1.jpg?v=c237c591e1ba7b5)
Após ter passado treze anos sob a égide de município de Área de Segurança Nacional período em que os prefeitos eram nomeados pelo governo da Revolução, Camaçari voltou a ter em 1985 eleições diretas para prefeito elegendo o farmacêutico Luis Caetano que fez um governo sofrido, conturbado, muitas divergências, alimentados pela intolerância e conflitos políticos entre contundentes das milenares direita e esquerda,
As Dificuldades de toda ordem fizeram com que nos anos seguintes até 1988 Camaçari passasse por uma das maiores crises administrativas da sua história, o povo clamava por transformações e apoiado pela coligação denominada “A Vontade do Povo” composta dos partidos PTB, PDT, PDC, PSC e PFL José Tude ganhou as eleições vencendo a concorrente Luiza Maia (PMDB) candidata do Prefeito por esmagadora diferença de votos em memorável campanha politica jamais esquecida.
O slogan “Vamos Tirar Camaçari do Vermelho” usado pelos confrades de Tude na campanha tinha dúbio sentido: tirar Camaçari do rombo financeiro em que se encontrava e afastar os praticantes comunistas do poder municipal predominantes em grande escala.
A esta inusitada campanha juntou-se Marambaia vice-prefeito, o médico Françú Assemany que comandava o PDT em Camaçari, Odilon Montenegro vereador, Dr. José Ellis Presidente da Câmara, vereadores e um sem número qualificado de lideranças.
Com a nova administração as coisas mudaram recobraram os sentidos e em pouco tempo a cara da cidade era outra. O município se transformou, o progresso veio a galope, diversas obras importantes foram realizadas em dez anos de mandato.
Ironias à parte, em meio a toda essa gama de realizações e quando tudo era sucesso, em 1992, motivado pelo excesso de confiança no eleitorado que tanto o elogiava, Tude perdeu as eleições para Ellery, o Dr. Françú era o candidato da situação. No palanque de Ellery estavam velhos desafetos: Luiz Caetano, Luiza Maia, Gilberto D’Errico coadjuvado pelo talento de Raimundo Pinheiro coordenador-mor da campanha.
Tude retorna em 1996 à Prefeitura vencendo Ferreira Ottomar. Reeleito, renunciou ao mandato em 2002 para ser candidato a deputado estadual. Os dois anos restantes foram cumpridos por Helder Almeida que em 2004 entregou a mina de ouro para Luis Caetano, dai pra frente os adversários somente receberam chumbo na asa.
A retrospectiva revelando episódios conhecidos da história politica hão de fornecer subsídios para a campanha de 2016 para prefeito e vereadores, o circo começou a pegar fogo e as pequenas fagulhas já passam pela cabeça dos futuros candidatos incluindo a apreensão do eleitor.
Nas ruas e em lugares diversos as opiniões sobre a sucessão municipal é sempre o prato do dia. Os pretensos candidatos começam a se movimentar nos contatos com os eleitores, nos bairros, nas instituições, cumprindo o velho adagio popular citado muitas vezes pelo ex-prefeito Hermógenes Souza que afirmava: ”Politica é pé ligeiro, boca calada, mão no bolso e olho na estrada”.
BREVES CONSIDERAÇÕES
Os candidatos a prefeito até agora prenunciados não tem nada a esconder por serem bastante conhecidos da população. Luiz Caetano (PT) foi prefeito três vezes, vereador duas vezes, deputado estadual e agora deputado federal. Diz em suas novas andanças politicas que Brasília não é a sua praia, o seu desejo mesmo é voltar à Prefeitura de Camaçari de onde acha que nunca deveria ter saído.
Na opinião dos críticos Caetano não foi um mal prefeito, apesar de algumas pisadas na bola cuidou das praças e jardins, construiu a Via Conexão no Bairro 2 de Julho, a “Cidade do Saber” urbanizou Arembepe e outras realizações ficou devendo à população a retirada da linha do trem seu cavalo de batalha de campanha.
José Tude (sem partido) por sua vez foi também prefeito por três vezes, deputado estadual e suplente de federal tendo assumido a cadeira; governou Camaçari com seriedade, construiu a nova sede da Prefeitura, o prédio da Câmara Municipal, o Ciretran, o Viaduto do Trabalhador, varias escolas foram construídas em sua administração. Pleiteia ser mais uma vez prefeito de Camaçari segundo ele por exigência do povo que nele confia e o quer de volta.
O atual prefeito Ademar Delgado que tem gostado muito de ser prefeito pretende se reeleger no ano de 2016 vem se articulando como pode, sem, contudo, esquecer que Luiz Caetano e a Deputada Luiza Maia o elegeu prefeito condicionado a receber a prefeitura de volta em janeiro 2107 o que parece não irá ocorrer.
O Prefeito Ademar Delgado (PT) justifica o desejo alegando que Caetano já foi quase tudo na política e que agora é a sua vez. Quanto ás realizações procura ser comedido controlando os gastos públicos com mão de figa alegando que Ellery, Caetano e Tude levaram mais de dez anos cada um no poder querem assim que ele em menos de três anos faça milagres, isto requer sem dúvidas tempo e paciência.
O vereador Elinaldo (DEM) desponta como surpresa, o seu desempenho poderá coloca-lo futuramente em posição de sério concorrente à Prefeitura enfrentará alguns obstáculos, Aceito pelo eleitorado obteve votações expressivas nas ultimas eleições para vereador e deputado estadual, definindo as suas pretensões e projetos que tem em mente poderá melhorar a vida da cidade é possível fazer parceria com uma outra força politica municipal que o levará ao trono de prefeito.
Até às convenções muitos acertos e coligações surgirão. É possível que o Caetano por força das pesquisas seja o escolhido pelo partido como candidato o que poderá acontecer ao inverso quando Ademar Delgado mostrar a sua força como prefeito tornando-se indicado pelo Diretório Municipal, Estadual ou Nacional ou mesmo pela escolha dos seus seguidores. As pazes entre Caetano e Ademar poderão ocorrer é questão de raciocínio.
Quanto a união entre Tude e Elinaldo o ditado popular prescreve “muita agua ainda há de passar por debaixo da ponte”. Tomemos como exemplo as eleições de 1988 cuja vitória só foi possível quando se juntaram as forças de oposição e alcançaram a insofismável vitória até hoje lembrada.
Camaçari precisa de novos rumos e de modelos políticos reciclados, sem, contudo perder a inteligência e habilidade que sempre predominou na hora dos entendimentos políticos.
Saudações.
J.R. Mônaco
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