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	Rogaciano Medeiros *

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	A vit&oacute;ria do governo no Congresso Nacional, com a manuten&ccedil;&atilde;o dos vetos aos chamados projetos bombas, que elevavam consideravelmente os gastos p&uacute;blicos, aprovados em articula&ccedil;&otilde;es lideradas pelo presidente da C&acirc;mara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostra que a presidenta Dilma Rousseff n&atilde;o est&aacute; morta como muitos pensam.

	Foi um balde de &aacute;gua fria na oposi&ccedil;&atilde;o mais conservadora, pois demonstra que as chances de aprova&ccedil;&atilde;o do impeachment ficaram ainda mais remotas. O pr&oacute;prio colunista Ricardo Noblat, uma das vozes da direita moderada, mas que apoia e refor&ccedil;a tudo que possa atingir e sangrar o PT, a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, zangado com a derrota, &ldquo;puxou a orelha&rdquo; de A&eacute;cio Neves (PSDB-MG) dizendo que o senador tucano precisa ter no&ccedil;&atilde;o exata do tamanho da oposi&ccedil;&atilde;o.

	&Eacute; justamente a&iacute; que reside o xis da quest&atilde;o. Nem toda oposi&ccedil;&atilde;o embarca na aventura do golpe. Muitos aproveitam para ganhar espa&ccedil;o na m&iacute;dia, se manter na crista da onda e desgastar ainda mais Dilma e o governo. Mas, no fundo, sabem do risco de um impeachment pol&iacute;tico.

	O pr&oacute;prio governador de S&atilde;o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), j&aacute; disse que o impeachment deixaria inseguros todos os governantes. Com certeza, criaria um clima de desconfiava institucional generalizado.&nbsp; Ningu&eacute;m mais teria garantia da conclus&atilde;o do mandato. O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, e muitas outras figuras de express&atilde;o no Judici&aacute;rio, juristas de credibilidade, consideram que sem crime de responsabilidade n&atilde;o h&aacute; amparo legal para aprovar a deposi&ccedil;&atilde;o da presidenta. E nem os mais raivosos oposicionistas colocam em d&uacute;vida a honestidade de Dilma.

	O jornalista Marcelo Zero, em uma an&aacute;lise brilhante, escreveu que &ldquo;julgamentos meramente pol&iacute;ticos s&oacute; ocorrem em ditaduras&rdquo;. Indiscutivelmente, a direita, em particular os setores mais extremados, resolveu sair do arm&aacute;rio no Brasil, onde sempre se escondeu em discut&iacute;veis&nbsp; argumentos democr&aacute;ticos. Hoje, n&atilde;o, assume abertamente as posi&ccedil;&otilde;es&nbsp; fascistas.

	E se a direita n&atilde;o est&aacute; unificada quanto ao impeachment, acima de tudo por n&atilde;o haver nenhuma amea&ccedil;a &agrave; economia de mercado, e como a cada a&ccedil;&atilde;o corresponde uma rea&ccedil;&atilde;o de igual ou maior intensidade, a Frente Brasil Popular, constitu&iacute;da por segmentos democr&aacute;ticos, chega para influir ainda mais na correla&ccedil;&atilde;o de for&ccedil;as. N&atilde;o apenas no plano pol&iacute;tico do Parlamento, mas tamb&eacute;m na resist&ecirc;ncia das bases populares. Desta vez, ao contr&aacute;rio de 1964, n&atilde;o ser&aacute; t&atilde;o f&aacute;cil assim dar o golpe.

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	&middot;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Rogaciano Medeiros &eacute; jornalista

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Rogaciano Medeiros escreve sobre impeachment : Não é tão fácil assim

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