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Fernando Calmon n&ordm; 1.026 &mdash; 1/1/19

BRASIL PODE AVAN&Ccedil;AR

Dos quatro grandes desafios impostos &agrave; ind&uacute;stria automobil&iacute;stica mundial, apenas dois chamar&atilde;o mais aten&ccedil;&atilde;o no Brasil em 2019 e nos pr&oacute;ximos anos. Ve&iacute;culos aut&ocirc;nomos estar&atilde;o muito longe do mercado local e sem nenhuma previs&atilde;o de efetiva introdu&ccedil;&atilde;o por problemas de alto custo, infraestrutura e regulamenta&ccedil;&atilde;o jur&iacute;dica, entre outros.

Eletrifica&ccedil;&atilde;o completa (por bateria ou pilha a hidrog&ecirc;nio) enfrenta grandes obst&aacute;culos, dos quais o pre&ccedil;o bastante elevado parece uma barreira inexpugn&aacute;vel mesmo em m&eacute;dio prazo. Por&eacute;m, no final deste ano, a Toyota come&ccedil;ar&aacute; a produzir aqui o Corolla h&iacute;brido flex, um caminho mais adaptado &agrave; realidade nacional. H&aacute;, ainda, o carro el&eacute;trico de baixo custo com uso de motor/gerador a combust&atilde;o (dispensa tomada el&eacute;trica) que a Nissan desenvolve para o Kicks. Este deve estrear entre o final de 2019 e o come&ccedil;o de 2020.

Mas, pelo menos, o Pa&iacute;s avan&ccedil;ar&aacute; em dois campos: ve&iacute;culos conectados e novos servi&ccedil;os de mobilidade (NSM).

A boa not&iacute;cia vem do forte crescimento da rede celular 4G. De apenas 10% das conex&otilde;es, em 2016, chegaremos a 57% em 2020, numa posi&ccedil;&atilde;o de lideran&ccedil;a na Am&eacute;rica do Sul. Essa expans&atilde;o acelerada animou a GM a lan&ccedil;ar, j&aacute; em meados deste ano, o primeiro modelo com internet a bordo e roteamento Wi-Fi a ser comercializado no Pa&iacute;s. A Coluna pode antecipar que o Cruze permitir&aacute; at&eacute; sete usu&aacute;rios no mesmo chip, mas a operadora ainda n&atilde;o foi selecionada.

No entanto, as funcionalidades de carros conectados s&oacute; ser&atilde;o mais bem aproveitadas com a tecnologia 5G, capaz de processar dados m&oacute;veis de 10 a 20 vezes mais r&aacute;pido que a atual 4G. Isso ainda demora a se implantar por aqui. Na melhor hip&oacute;tese em 2025, ou seja, um atraso de cinco a seis anos em rela&ccedil;&atilde;o aos pa&iacute;ses centrais.

Segundo a Bright Consulting, de Campinas (SP), o transporte urbano vem evoluindo para algo mais abrangente, a mobilidade. Trata-se de uma mudan&ccedil;a de conceito, menos concentrado no sistema em si e mais no usu&aacute;rio. A abordagem apenas de aumento de capacidade n&atilde;o &eacute; eficiente, nem sustent&aacute;vel.

Compartilhamento de carros, deslocamento individuais ou compartilhados por aplicativos e at&eacute; t&aacute;xis, al&eacute;m do papel das bicicletas em percursos mais curtos e de liga&ccedil;&atilde;o entre modais, come&ccedil;am a avan&ccedil;ar nas grandes cidades brasileiras. A oferta continua a aumentar e as perspectivas s&atilde;o de que n&atilde;o fiquemos t&atilde;o atrasados nesse aspecto sobre o que acontece no mundo.

Esses NSM caracterizam-se como forma confi&aacute;vel, conveniente e acess&iacute;vel de se deslocar de um lugar para outro, al&eacute;m de oferecerem um modo mais f&aacute;cil de realizar o pagamento. Em cidades pequenas a falta de escala &eacute; um fator inibidor, mas ao longo do tempo v&aacute;rias se transformar&atilde;o em conglomerados m&eacute;dios e estes em grandes.

Para a consultoria, as novas formas de mobilidade trar&atilde;o um impacto negativo discreto, entre 2% e 4% em 2025, sobre as vendas totais de ve&iacute;culos leves no Brasil. Afinal, cidades pequenas &eacute; que ditam, hoje, o ritmo alto da demanda. Os n&uacute;meros ser&atilde;o resultado do equil&iacute;brio entre aqueles que precisar&atilde;o comprar um carro para o dia a dia ou moram e trabalham em locais relativamente distantes e usu&aacute;rios dos NSM.

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fernando@calmon.jor.br e www.facebook.com/fernando.calmon2

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