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III DIA MUNDIAL DOS POBRES
No domingo, dia 17, recordamos o 3º DIA MUNDIAL DO POBRE, proclamado pelo Papa Francisco com a carta Apostólica “Misericordia et misera”. O Papa nos lembra que Jesus se identificou totalmente com os pobres e no final deste mundo Ele nos julgará a partir das obras de misericordia que realizamos nesta terra.
O Evangelho de Mateus, no capítulo 25, diz: “Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes me ver”.
“Então, os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos forasteiro e te acolhemos ou un e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te ver?’ Ao que, o rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes’” (Mt 25, 35-40).
Então o Senhor dirá aos que tiveram misericordia: “Vinde benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preprado para vós desde a fundação do mundo” (Mt 25, 34). Quer dizer, a felicidade eterna é doada a que ama e se doa, a começar pelos mais pobres.
Em seguida, o Papa recomenda que o cuidados com os pobres comece no nosso ambiente, dando uma atenção especial a cada pessoa para compreender e acolher.
Diz o Papa: “O compromisso dos cristãos, por ocasião deste Dia Mundial e sobretudo na vida ordinária de cada dia, não consiste apenas em iniciativas de assistência que, embora louváveis e necessárias, devem tender a aumentar em cada um aquela atenção plena, que é devida a toda a pessoa que se encontra em dificuldade. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pelos pobres, buscando o seu verdadeiro bem. Não é fácil ser testemunha da esperança cristã no contexto cultural do consumismo e do descarte, sempre propenso a aumentar um bem-estar superficial e efêmero. Requer-se uma mudança de mentalidade para redescobrir o essencial, para encarnar e tornar incisivo o anúncio do Reino de Deus”.
Coloquemos de parte as divisões que provêm de visões ideológicas ou políticas, fixemos o olhar no essencial que não precisa de muitas palavras, mas dum olhar de amor e duma mão estendida. Nunca vos esqueçais que a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. É certo que os pobres também se aproximam de nós porque estamos a distribuir-lhes o alimento, mas aquilo de que verdadeiramente precisam ultrapassa a sopa quente ou a sanduíche que oferecemos. Os pobres precisam das nossas mãos para se reerguer, dos nossos corações para sentir de novo o calor do afeto, da nossa presença para superar a solidão. Precisam simplesmente de amor...”.
É precioso este convite do Papa Francisco para que possamos contribuir a renovar a qualidade da convivencia em nossa sociedade, sempre mais marcada pela indiferença e pela agressividade, pela mentira e pela prioridade dada ao nosso interesse, mesmo que em prejuizo do bem e da verdade.
+ Dom João Carlos Petrini é bispo da Diocese de Camaçari