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Cão farejador da Receita Federal só obedece comandos em alemão

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Cão farejador da Receita Federal só obedece comandos em alemão

Por: Sites da Web

A funcionária mais recente da Receita Federal trabalha há cerca de um ano no Aeroporto de Salvador e está cheia de mordomias. Para começar, pega no batente apenas três horas por dia. O restante do tempo, passa comendo, brincando ou se exercitando, quando não está dormindo.


Analisando assim, seria, no mínimo, inconcebível, se a funcionária pública não fosse a cadela Cora, da raça  pastor-alemão, que se tornou o primeiro cão farejador da Receita a atuar na Bahia.
Ontem, porém, foi um dia quase atípico: trabalhou duro durante uma operação conjunta entre a Receita e a Polícia Civil, no aeroporto. Ela e outros dois pastores-alemães do Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil – Troy, um macho de 1 ano e 4 meses, e Quani, uma fêmea de 6 anos –, procuraram drogas em voos internacionais e domésticos.


“Essa operação foi intensificada pelas pessoas que vêm para o Carnaval. Começamos ontem (segunda) e vamos até o último dia da festa”, explicou o investigador Luís Bastos, coordenador do canil do COE, que participou da Operação Céu Azul. Até ontem, não houve apreensão.
Com direito a matrícula funcional tatuada na orelha direita e colete da Receita, Cora, que tem 5 anos, é um patrimônio da União e faz parte de um projeto do órgão federal para ampliar o combate ao tráfico de drogas no aeroporto.

A cadela tem personalidade curiosa e o faro apurado, características essenciais para o trabalho: encontrar drogas e outras substâncias ilícitas. Enquanto os seres humanos contam com cerca de 5 milhões de células olfativas, os cães possuem uma média de 200 milhões em sua estrutura.


“Certa vez, ela detectou acetona em uma mala. Era uma quantidade pequena, em um frasco devidamente acondicionado, mas poderia ser uma quantidade maior, já que a acetona é usada no refino da cocaína”, contou o adestrador de Cora, o auditor da Receita, Klaus Schlucking, 39 anos.

Antes meter as fuças em malas, carros ou pessoas – em geral nos locais de grande fluxo de gente ou mercadorias –, ela passou meses de ralação, quando aprendeu a identificar os diversos tipos de drogas e a se comportar em público. Aos 2 anos, passou por treinamentos no Centro Nacional de Cães de Faro (CNCF) da Receita, em Vitória (ES). “Ela é capaz de achar certa quantidade de drogas enterrada na terra até uma profundidade de dois metros”, elogiou Klaus. 
Além da linguagem nativa dos cães, popularmente chamado de “cachorrês”, Cora só compreende a língua alemã. Como? Simples. Através dos comandos dados pelo adestrador, descendente de alemães. “É uma estratégia para evitar que outras pessoas compreendam e deixem o animal desorientado”, explicou o auditor.


A cadelinha não tem contracheque, mas recebe pelo trabalho afagos e meio quilo de ração diet. De pêlos negros e marrons, brilhosos e macios, mede 1,5 m de altura e está um pouco acima do peso – 40 kg. Isso nunca foi problema para ela, que é considerada o “focinho de ouro” do aeroporto. 


“Ela sempre foi cheinha, mas isso não a impediu de desempenhar suas funções. Olha que a ração dela é diet. Cora pula, corre, sobe contêineres sem nenhum problema. Uma funcionária exemplar”, citou. 
Depois de um dia de trabalho, a cadela é levada para um canil conveniado com a Receita, onde dorme e é treinada durante a semana para encontrar drogas camufladas. Como todo trabalhador, ela tem direito a assistência médica. “O canil conta com veterinários”, disse o treinador, que pode  adotar a mocinha quando ela se aposentar, lá pelos 9 anos.

 

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