Após sentença de 98 anos, defesa de Cupertino recorre à Justiça

A defesa de Paulo Cupertino entrou com um recurso na última quinta-feira (5) contra a sentença que o condenou a 98 anos de prisão pelos assassinatos do ator Rafael Miguel e dos pais dele, em 2019, na capital paulista. O empresário foi considerado culpado por homicídio triplamente qualificado, mas nega ter cometido os crimes.

O recurso, inicialmente protocolado como interposição, será encaminhado ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), onde um desembargador analisará o caso e determinará o envio da apelação formal, com os argumentos da defesa.

As advogadas de Cupertino, Mirian Souza, Juliane Oliveira e Camila Motta, alegam que o julgamento foi comprometido por negativa de pedidos de perícia e falta de provas que comprovem a autoria. Elas pedem a anulação do júri popular e, em último caso, a redução da pena.

Durante o julgamento, o réu negou os assassinatos e apontou outra pessoa como responsável. No entanto, câmeras de segurança registraram sua presença no local do crime e sua fuga. Cupertino ficou quase três anos foragido até ser preso em 2022.

Mesmo com a condenação de 98 anos, pela legislação brasileira ele deverá cumprir no máximo 30 anos — no caso, 27 a partir da sentença. A previsão de soltura é para 2052. Atualmente, o réu está detido no CDP 2 de Guarulhos e aguarda decisão sobre transferência para penitenciária.

Rafael Miguel e os pais dele, João e Miriam, que foram mortos por Paulo Cupertino — Foto: Reprodução