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Por: G1
A Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds) confirmou a soltura de dois investigados da operação Embuste, que desarticulou uma organização criminosa que atuava com o objetivo de fraudar o Exame Nacional do ensino Médio (Enem). Jonathan Galdino dos Santos e Rodrigo Ferreira Viana foram liberados do presídio nesta sexta-feira (25). Eles tiveram que pagar fiança de R$ 10 mil e R$ 17 mil, respectivamente.
A operação foi realizada no domingo (6), e a Justiça expediu 28 mandados. Onze pessoas foram detidas por fraude no segundo dia de realização das provas. De acordo com a Polícia Federal, um gabarito chegava a custar R$ 180 mil e as provas eram repassadas por uma central telefônica.
Na decisão que concede a liberdade provisória para os dois investigados, o juiz federal Wilson Medeiros Pereira argumentou que ambos não têm outros registros criminais e que há outras medidas cautelares que podem ser aplicadas com o poder de garantir que eles não irão cometer os mesmo crimes. A decisão ainda destaca que o cumprimento dos mandados pela PF interrompeu a prática criminosa relacionada ao Enem.
O magistrado determinou que fossem cumpridas medidas como, comparecimento periódico em juízo, proibição de se ausentar da Comarca e proibição de manter contato com outros investigados. “Considerando que os vestibulares e outros certames públicos costumeiramente ocorrem nos finais de semana, deverão apresentar-se à autoridade policiais federal aos sábado e domingo, entre 10h e 15h”, destaca ainda na decisão.
Rodrigo Viana é apontado pela Polícia Federal como o líder da quadrilha, cabia a ele as funções de procurar “clientes” e buscar ainda pelos “pilotos”, pessoas com conhecimento em áreas específicas e que seriam responsáveis por fazer as provas. Posteriormente, os gabaritos eram repassados por quem contratava o grupo.
De acordo com a PF, Jonathan Galdino dos Santos dava apoio logístico; ele viajava com Rodrigo nas datas de realização dos vestibulares e também guardava e auxiliava na instalação dos equipamentos usados na fraude. Já foram beneficiados com a liberdade condicional Olavo Ponciano e Aurimar Fróes. Já Arnon Kelson da Silva, permanece preso.
Sofisticação da fraude
Para a Polícia Federal, a tecnologia usada pelo grupo possibilitava que o resultado chegasse a qualquer lugar do país, e permitia ainda a comunicação entre quem repassava as respostas e quem as recebia, fato até então inédito. O delegado Marcelo Freitas explicou que, de um hotel em Montes Claros, a quadrilha enviava o gabarito para os candidatos, que usavam um microponto colocado no ouvido e uma central telefônica acoplada no peito ou braço.
Ambos podem ser apontados com o uso de detector de metais, mas a PF acredita que o equipamento não esteja sendo usado de maneira eficiente. Ainda de acordo com a PF, como as ordens das questões das provas eram diferentes, quem passava o gabarito falava uma expressão do enunciado e outra expressão que constava em uma das alternativas, assim o candidato conseguia identificar a questão e resposta correta.
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