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Ex-treinador da Chape, Guto classifica tragédia: “Pior momento da carreira”

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Ex-treinador da Chape, Guto classifica tragédia: “Pior momento da carreira”

Por: Sites da Web

Treinador do Bahia concedeu entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (Foto: Rafael Teles)

 

Quatro dias após conseguir o acesso do Bahia à Série A do Brasileirão, o técnico Guto Ferreira foi forçado a encerrar a comemoração para viver o luto da tragédia envolvendo jogadores da Chapecoense, equipe que ele treinou antes de assinar com o Tricolor. O avião que levava a delegação da equipe catarinense caiu a caminho de Medellín, onde a Chape disputaria o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, na quarta-feira.

Bastante emocionado, o treinador concedeu entrevista coletiva na manhã de terça-feira. Inicialmente, o treinador evitou falar com a imprensa, mas após constantes pedidos, marcou uma entrevista no centro de treinamentos do Bahia. Guto lamentou o ocorrido.

- Uma coisa que não você não tem explicação, quando você está no trabalho está muito mais tempo com eles que com a família. Praticamente conhecia quase todos que estavam ali, conhecia do dia a dia. No momento mais lindo que eles estavam vivendo acontece essa catástrofe – disse.

O técnico foi um dos responsáveis por montar o time da atual temporada. No primeiro semestre Guto foi campeão catarinense com a Chape, e deixou o time em junho deste, para assumir o desafio de conseguir o acesso com o tricolor. Ele falou sobre o relacionamento com os jogadores e relevou que conquistar um título de relevância estava na programação do clube.

- Quando fui campeão estadual eu lancei para o grupo o que eles queriam em termos de Campeonato Brasileiro, e aí o objetivo era fazer melhor que foi ano passado. Aí o capitão bateu no peito e falou que se a Chape quer pensar grande, tem que ficar na primeira parte da tabela. Aí a gente colocou que íamos brigar por algo a mais, chegar em algum título de expressão ou chegar na final de algum título. E assim foi feito, os caras estão na final da Sul-americana – destacou Guto.

O técnico esteve na área técnica na primeira partida internacional da história da Chapecoense, e comandou o time na eliminação contra o River Plate (ARG), pela Sul-Americana de 2015. Ao todo foram 23 vitórias, 18 empates, e dez derrotas pelo Verdão do oeste. Guto lembrou do ambiente que encontrou no clube e na cidade enquanto esteve lá.

- A energia que a cidade transmite ao clube, aos jogadores, por tudo que tem. Você perder a vida, é um momento muito difícil, muito ruim, você fica buscando palavras para dizer alguma coisa, mas não tem o que dizer, é um sentimento que não se diz, é muito dolorido. Eu estou aqui, imagina quem está lá. Você começa a pensar no grupo porque o nível de convivência era muito grande. Uma cidade menor, e os jogadores vivenciavam o ambiente familiar o tempo todo.

Quando saíamos era junto, o clube promovia muito eventos para criar o ambiente familiar, então a gente está pensando nas crianças, nas esposas que diariamente iam buscar os jogadores na frente do clube. A gente pensa em tudo isso. É um trauma, interromper assim é muito duro, muito triste – lamentou o treinador. Ao lembrar do elenco que foi montado no início da temporada, Guto se emocionou bastante e citou alguns jogadores com quem teve maior relacionamento. O treinador também falou sobre a relação com a direção durante a preparação para a temporada.

- É um trabalho muito árduo, muito difícil, a gente sempre dialogando, conversando para formar o grupo, as coisas eram tomadas em comum acordo com todos. Mas, mais do que isso a maneira com que os jogadores viviam, o profissionalismo, está tudo interrompido, por um voo, uma perna de voo. Josimar foi atleta de nossa base, Felipe Machado nós trouxemos.

Caramelo quando a gente estava no Mogi, no juvenil, já treinava com a gente. E assim vai, tantos ali que estavam envolvidos, Sergio Manoel, que nós trouxemos, Ananias, Kempes, a primeira oportunidade do Kempes nós que demos. Thiego, Neto, Danilo, era um todo sem exceção. Todos eles com uma disposição desde o primeiro momento que chegava no clube. Por fim, o treinador lembrou a morte do pai, e classificou o episódio como o momento mais infeliz da carreira.

- Pra mim é o pior momento da minha carreira. Tirando a perda de meu pai, talvez tenha sido o momento mais difícil. Você sente até pela relação que a gente viveu como família esse tempo todo. O ambiente é assim, você está muito tempo com as pessoas. Eu acho que a Chape é um colegiado, mas nesse colegiado se perdeu cabeças muito importantes. Com um trauma desse, de que maneira isso tudo será assimilado? – questionou o treinador.


 

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