Nos EUA, Papa Francisco cobra o fim de crimes sexuais na Igreja Católica

Em discurso a bispos norte-americanos em Washington, o papa Francisco cobrou nesta quarta-feira (23/9) o fim de crimes de pedofilia na Igreja Católica.

O pronunciamento aconteceu na catedral de São Mateus Apóstolo, pouco depois da visita do Pontífice ao presidente Barack Obama.
"Sei o quanto pesou sobre vocês a ferida dos últimos anos e acompanhei o seu generoso empenho para curar as vítimas e trabalhar para que tais crimes não aconteçam nunca mais", declarou o pontífice.

Francisco ainda elogiou a "coragem" com a qual os bispos dos Estados Unidos enfrentaram "momentos obscuros do seu percurso eclesiástico, sem temer autocríticas e nem economizar humilhações e sacrifícios".

O discurso foi presenciado por 400 religiosos, que também escutaram do Papa um pedido para não usarem a cruz como um "estandarte de lutas mundanas" e para escaparem da "tentação do narcisismo".

"Ao bispo é necessária a lúcida percepção da batalha entre a luz e as trevas que se combate neste mundo. O mundo já está tão dividido! Por isso, a Igreja não pode se deixar fracionar", afirmou.

Nos últimos anos, os Estados Unidos conviveram com diversos casos de pedofilia envolvendo padres e bispos católicos.

Em abril passado, por exemplo, Robert W. Finn, então chefe da diocese de Kansas, foi o primeiro bispo norte-americano a renunciar por encobrir informações sobre um caso de abuso sexual por parte do sacerdote Shawn Ratigan.

Ainda nesta quarta-feira, o Pontífice celebrará uma missa no Santuário Nacional da Imaculada Conceição, também em Washington, onde irá canonizar o beato Junípero Serra (1713-1784), frade franciscano enviado pela Igreja para converter os índios e povos da América do Norte.
Francisco fica nos EUA até o dia 27 de setembro e ainda passará por Nova York e Filadélfia.