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Além da Covid-19, Brasil tem 2.771 mortes por problemas respiratórios 'não identificados'

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Além da Covid-19, Brasil tem 2.771 mortes por problemas respiratórios 'não identificados'

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Por: Sites da Web

Os ventiladores mecânicos são equipamentos fundamentais para o tratamento de síndromes respiratórias graves. Foto: ARND WIEGMANN / REUTERS

Dados do Ministério da Saúde atestam que, até a última segunda-feira (20), 2.771 pessoas morreram por alguma síndrome respiratória não identificada. De acordo com especialistas, é provável que boa parte tenha sido causada por Covid-19, mas a doença não foi confirmada por problemas em exames ou falsos negativos. Oficialmente, até a mesma data, o ministério contabilizava 2.575 mortes por coronavírus. 

As mortes são classificadas como não identificadas quando, após a realização dos exames laboratoriais para detectar o tipo de vírus, o resultado dá negativo para todos os vírus testados. De acordo com o Ministério da Saúde, também entram nesta contabilidade de vírus não identificado casos em que os testes não são processados em razão da má qualidade ou há demora no envio de amostra, por exemplo. 

O alto número de vírus respiratórios não identificados não ocorreu só neste ano - a base de dados do ministério mostra que isso também foi registrado em anos anteriores. O que chama atenção em 2020 é o volume de pessoas que foram parar no hospital em função de problemas respiratórios. 

De janeiro a 20 de abril, foram registrados 55.980 hospitalizações por problemas respiratórios, contra 12.019 durante o mesmo período no ano passado - um aumento de 366%. Dessas hospitalizações, após a realização de testes, 15.752 foram classificados como "não identificados" e 8.318 foram confirmados para o novo coronavírus. 

De acordo com o infectologista Evaldo Stanislau, boa parte dos 15 mil casos "não identificados" devem ser causados pela Covid-19 mas, por problemas no testes, passaram batidos nas estatísticas oficiais. 

– É evidente que o aumento no ano atual está diretamente associado à Covid. Não temos diagnóstico pela falta de exames, o que espero que, a partir de agora, com as ações tomadas em São Paulo e no Rio de Janeiro para aumentar a testagem, passemos a ter diagnóstico. Por ora, esse é um indicador nítido do impacto da Covid no Brasil – afirma. 

Além disso, chama a atenção neste ano o número de pessoas que morreram de síndromes respiratórias não identificadas. Foram 2771 casos até agora - em 2019, foi um sexto disto. 

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também aponta para um aumento expressivo nas internações causadas por complicações típicas de doenças respiratórias. Os dados, segundo especialistas, também reforçam a hipótese de subnotificação dos casos da Covid-19. 

No estudo, os pesquisadores do órgão destacaram a alta negativação dos testes laboratoriais de SRAG neste ano. Neste ano, o índice de testes com resultado negativo chegou a 91%, um nível inédito historicamente. Os cientistas apontam que o índice pode ser explicado por problemas na qualidade da amostra coletada, manuseio inapropriado ou demora de processamento. 

"Porém, não se pode descartar a possível circulação de outros agentes etiológicos diferentes dos testados. Ao longo dos anos, a composição do painel de testes foi se modificando para aumentar a abrangência da vigilância, embora tenha sempre colocado como prioridade o vírus Influenza", afirmam os pesquisadores. 

No estudo, eles sustentam a hipótese de que casos de Covid-19 podem estar de fora das estatísticas oficiais da doença. Entre os motivos, afirmam, está o aumento de hospitalizações por SRAG observados em 2020, os casos não identificados e a predominância de casos entre idosos. 

"A hipótese de que o aumento do número de casos de COVID-19 no país já esteja evidenciando sua importância como causa de SRAG em 2020 é coerente com a mudança do perfil de hospitalização identificado. Sua comprovação requer a inclusão da testagem para SARS-CoV-2 no protocolo de vigilância de SRAG e sua efetiva implementação em todo o país", afirmam. 

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que, em razão da pandemia, tem reforçado que nos casos de pacientes internados por SRAG que ainda não evoluíram para alta, e cuja primeira coleta do exame foi feita de forma inadequada, seja feita nova coleta de exame. Fonte: O Globo*

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