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Vendedor de 27 anos reclamou de tosse alérgica horas antes de morrer com Covid-19: 'Não consigo falar'

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Vendedor de 27 anos reclamou de tosse alérgica horas antes de morrer com Covid-19: 'Não consigo falar'

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Por: G1

Luiz foi vítima de coronavírus em Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal

O vendedor Luiz Ricardo Delfino, de 27 anos e que morreu com coronavírus, em Sorocaba (SP), relatou à irmã o mal-estar causado pela infecção horas antes de não resistir em um hospital da cidade. 

Segundo a família, a morte ocorreu no dia 16 de maio e o paciente ficou menos de 24 horas sob os cuidados médicos. A irmã Karina Aparecida Delfino chegou a conversar com ele na madrugada do dia 15, quando o rapaz já passava por atendimento médico. 

"Ele [pai] me ligou querendo conversar. Conversa com o pai, é que ele me ligou querendo conversar, porém não tinha como. Acho que vou ficar internado", escreveu o paciente. 

Na sequência, depois de 10 minutos, Luiz contou que estaria com problema para respirar. "Pulmão está bem zuado", disse. 

Ao fim da tarde daquele dia, Karina voltou a mandar mensagens ao irmão. Segundo ela, conversou com ele sobre uma possível transferência para Porto Feliz, cidade onde mora e que fica ao lado de Sorocaba. 

"Estou com tosse alérgica e não consigo falar. Assim que conseguir e tomar o remédio eu te ligo", foram as últimas palavras do vender à irmã. 

Família de luto 

Para a irmã, Karina falar de Luiz teve o agravante de um clima na família duplamente enlutada. No dia 15 da mesma semana, os filhos velaram a mãe, vítima de infarto. Luiz já estava no hospital com o pulmão comprometido. 

O vendedor era casado havia 2 anos e, segundo a irmã, não pretendia ter filhos. A atenção era voltada para a esposa, os pais e os sobrinhos. 

“Amava meus filhos. Os [filhos] que ele não teve, eu tive por ele. Tinha amigos por todo lado e muito querido. Sempre falava de Deus e abençoava as pessoas, ajudava quem pudesse”, detalha. 

Segundo a prefeitura, o paciente era diabético e hipertenso. A irmã não sabe dizer como o rapaz pode ter contraído o vírus, mas acredita que a obesidade e a alimentação possam ter prejudicado o combate do corpo contra a infecção. 

Luiz morava no bairro Jardim Novo Horizonte, na zona norte, e trabalhava com a venda de bebidas, no entanto, a parente afirma que cuidados como o uso de álcool em gel e máscara foram tomados. 

“A gente sempre aconselhou a tomar as medidas de segurança e uma semana antes ele tomou chuva e ficou gripado. Outros fatores podem ter piorado a situação, porque vez ou outra ele tinha problema respiratório.” 

Em choque com a situação, a esposa de Luiz foi encaminhada ao hospital e não tem diagnóstico para doença. O estado dela é estável. O corpo de Luiz foi enterrado no Cemitério Santo Antônio, em Sorocaba, sem velório. 

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