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Especialistas explicam por que o álcool em gel ficou ‘visguento’ durante a pandemia

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Especialistas explicam por que o álcool em gel ficou ‘visguento’ durante a pandemia

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Por: Pesquisa Web

Adaptação da nova fórmula passou por autorização da Anvisa | Foto: Marcello Casal Jr | Agência Brasil

Com a pandemia do novo coronavírus, a demanda pelo álcool em gel para higienização das mãos aumentou e, desde abril, percebe-se uma mudança na consistência do produto. Nas redes sociais, diversos internautas questionaram a mudança, alegando que o álcool se tornou mais ‘visguento’ ou ‘melequento’.

Essa mudança na consistência do álcool em gel aconteceu por causa da mudança de um componente da fórmula, que deixava o álcool com a consistência gelatinosa.

Segundo a farmacêutica Sílvia Meireles, devido à pandemia muitos componentes das formulações tradicionais ficaram mais caros ou escassos no mercado.

“Com isso, surgiu a necessidade de substituir por outros que teriam o mesmo efeito na formulação, com objetivo de deixar o preço mais em conta e a produção mais rápida”, explica Sílvia.

O componente em questão, que deixa o álcool em gel ‘visguento’, é o polímero carbopol, que não só ficou escasso, como também teve o preço elevado.

De acordo com a farmacêutica Edza Brasil, a composição do álcool em gel é formada por polímero+ álcool + água. “A junção do polímero com a água forma o gel que serve apenas como veículo do agente antisséptico, que, nesse caso, é o álcool a 70%”, pontua.

Conforme Edza, com a escassez do carbopol, as indústrias buscaram alternativas de substituição por outros polímeros que, por sua vez, possuem viscosidades diferentes. Com isso, o gel formado pelas novas substâncias no componente do álcool formam uma sensação pegajosa nas mãos.

Indicação da OMS e Anvisa

Um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) traduziu um documento da Organização Mundial da Saúde (OMS) com instruções de como as empresas poderiam fazer um gel antisséptico sem carbopol.

A diretriz deste documento da OMS já possui mais de dez anos e foi criada para atender aos países pobres, especialmente os africanos.

Através destes pesquisadores, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) optou em adaptar o guia da OMS para aumentar a produção no Brasil.

De acordo com pesquisadores da USP, a nova composição, que deixa o álcool em gel com sensação pegajosa, é uma combinação de álcool 70%, que serve para matar micro-organismos – incluindo o novo coronavírus -, com glicerol, que mantém a hidratação, e peróxido hidrogênio, que inativa outras bactérias que o álcool 70% sozinho pode não conseguir.

Melhorar sensação

As farmacêuticas alegam que as substâncias não fazem mal à saúde e, para melhorar a sensação de viscosidade nas mãos, recomendam procurar por produtos que tenha substâncias modificadoras do efeito sensorial e secagem rápida na composição, a exemplo do silicone, além de ativos que auxiliam a hidratação, como o d-pantenol.

“O álcool evapora, ficando apenas o resíduo do gel nas mãos, que não causa danos à pele e serve para diminuir o efeito de ressecamento causado pelo álcool”, alerta Edza Brasil, que também é sócia e diretora-técnica da Singular Pharma.

“O que é realmente importante é que o álcool existente na composição tenha a graduação 70”, completa Silvia Meireles. Fonte: A Tarde Online*

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