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Anac autoriza Boeing 737 MAX a voltar a voar no Brasil

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Anac autoriza Boeing 737 MAX a voltar a voar no Brasil

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Por: Sites da Web

737 Max, da Boeing: sinal verde do órgão regulador de aviação no Brasil para voltar a operar.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) liberou, nesta quarta-feira (25), a retomada dos voos com o Boeing 737 MAX no Brasil. No país, neste momento, apenas a Gol possui aeronaves deste modelo. A decisão do órgão brasileiro segue a liberação feita da Agência Federal de Aviação americana (FAA, na sigla em inglês), que autorizou a volta da aeronave após um período de 20 meses no solo, o mais longo da história da aviação comercial. As informações são do O Globo*

Os Boeing 737 MAX pararam de voar após acidentes aéreos na Indonésia e na Etiópia, que mataram 346 pessoas em cinco meses, em 2018 e 2019. Eles desencadearam uma tempestade de investigações, desgastaram a liderança dos EUA na aviação global e custaram à Boeing cerca de US$ 20 bilhões.

Para liberar a retomada das operações com o avião, a Boeing promoveu mudanças no software da aeronave, design e treinamento de pilotos. As alterações foram acompanhadas por agências de todo mundo, além da Força Aérea dos EUA. Segundo a agência americana, essas mudanças deixaram o avião seguro para voar.

"A Anac retirou a Diretriz de Aeronavegabilidade que restringia a operação do MAX no Brasil após concordar com a avaliação da FAA de que todos os elementos técnicos e regulatórios necessários para endereçar as questões de segurança foram realizados", informou a Anac em nota.

Para a retomada dos voos, foi exigido pela FAA um novo treinamento de pilotos e atualizações do software montado como um sistema de prevenção do estol (ou perda de sustentação) chamado MCAS, que em ambos os acidentes repetidamente empurrou o nariz do jato para baixo enquanto os pilotos lutavam para recuperar seu controle.

A Anac informou que dentre as exigências de projeto está a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo desse modelo de aeronave, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores.

A preparação da Boeing incluiu centenas de horas dentro de um simulador de voo do 737 Max em suas instalações de Longacres, em Renton, no estado de Washington, e centenas de horas no ar no mesmo avião de teste do 737 MAX sem oficiais da FAA a bordo.

Além da FAA, o trabalho de certificação do 737 MAX também teve a participação da Anac, da autoridade europeia European Aviation Safety Agency (EASA) e a canadense Transport Canada Civil Aviation (TCCA). Essas agências são responsáveis pelo acompanhamento dos aviões da Embraer, Airbus e Bombardier, além da Boeing nos EUA.

Desde abril de 2019, quando a Boeing iniciou as atividades para certificação das modificações propostas, a Anac vem participando de um grupo para análise desses estudos. Ao todo, cerca de vinte profissionais da agência brasileira, dentre engenheiros de diversas especialidades e pilotos, inclusive de ensaio de voo, participaram do processo, segundo o órgão.

As companhias aéreas terão de realizar trabalhos de manutenção nos aviões estacionados nas pistas dos aeroportos por mais de 20 meses. Quanto às aeronaves armazenadas nas instalações da Boeing, estas precisarão ser examinadas por um inspetor da FAA antes de serem enviadas aos clientes.

A Boeing estima que a crise do 737 MAX custou cerca de US$ 20 bilhões: US$ 11,3 bilhões para custos diretos e indiretos associados à produção e paralisação por vários meses, e US$ 8,6 bilhões relacionados à compensação oferecida às companhias aéreas. A companhia americana inclusive desfez uma união com a Embraer no Brasil.

Mesmo com todos os obstáculos, a retomada das entregas do 737 MAX abrirá um canal crucial de receita para a Boeing e centenas de fornecedores de peças cujas finanças foram prejudicadas por cortes de produção relacionados à suspensão do jato.

Gol: voos técnicos nos próximos dias

A Gol afirma que vai iniciar a reativação de seus 7 aviões B 737-Max e começar a realizar voos técnicos com todos esses equipamentos já nos próximos dias. Os procedimentos serão acompanhados ela Anac e também pela Boeing.

A companhia, por meio de nota, afirma ainda que vai fazer múltiplos voos técnicos adicionais aos recomendados pelos agentes regulatórios, reforçando o cuidado na retomada das operações.

Na divulgação de seu resultado no terceiro trimestre deste ano, no início deste mês, a companhia aérea já havia frisado que a liberação do avião da Boeing para retomada das operações estava próxima. E que seu retorno à frota em operação da Gol ajudaria em redução de custos, já que o Max-8 consome 15% menos combustível que o 737-800 NG, usado pela empresa.

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