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Negro, gay e rapper: “Sofro preconceito diariamente, nada mudou”

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Negro, gay e rapper: “Sofro preconceito diariamente, nada mudou”

Por: Sites da Web

“Eu sou um expoente do gênero aqui em relação a cena mundial”, diz Rico Delasam

 

Jovem, negro e gay, morador da periferia da Grande São Paulo, Rico Dalasam trabalhou como cabeleireiro e editor de moda antes de chamar a atenção da crítica nacional por sua originalidade, personalidade e música com ritmo inédito.

Ruptura nos ouvidos desavisados
Apesar do reconhecimento em festivais e programas de TV, Rico Dalasam está no início da carreira. “Estamos envolvidos na construção de um marco na nossa história e cultura”, diz. Em entrevista ao iGay, Dalasam conta ainda que há resistência no cenário musical por parte dos DJs. “Eles têm um receio heteronormativo de tocar a minha música”, diz.

Aos 25 anos, o cantor lançou seu primeiro trabalho em 2015, o EP "Modo Diverso", com seis músicas autorais que contam suas experiências através do rap, com influências do hip hop e blues americano. “Sou um expoente do gênero aqui em relação à cena mundial”, diz.

Influenciado por Rick James, Alcione e Cazuza, ele transita pela música eletrônica e MPB, com batidas da música afro, funk, samba e axé. “Escolhi fazer músicas que provocassem ruptura nos ouvidos desavisados”, define.

Homossexual
Homossexual assumido, o rapper ainda enfrenta discriminação. “Sofro preconceito diariamente, nada mudou. A diferença é que se você mexe comigo, você arrumou para cabeça com, no mínimo, umas 10 mil pessoas que me seguem”, ressalta. “Talvez os opressores tenham levado isso em consideração na hora de se referirem a mim de forma pública”.

O rapper que mais faz shows no Brasil
Em um ano de carreira, Rico já se apresentou nas principais capitais do Brasil, destacando-se como o rapper que mais faz show no país. Na próxima semana, o cantor se apresenta no Mix Music, único festival de música voltado para o público LGBTQ, em São Paulo.

O evento faz parte do 23º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade. “O cantor é um dos destaques este ano. Nos consideramos um guarda-chuva que abraça várias outras áreas, como cinema, teatro e exposições que discutem a diversidade”, diz João Federici, diretor do evento. A apresentação acontece no Centro Cultural São Paulo no dia 19 de novembro, às 19h.

Para os próximos anos, Rico já pensa em novos projetos. “Trarei músicas que falam dos nossos melhores orgulhos, como a minha cor e o orgulho de como eu amo”, completa.

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