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Em dia de terror, atentados matam mais de 100 pessoas em Paris

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Em dia de terror, atentados matam mais de 100 pessoas em Paris

Por: Sites da Web

Serviços de emergência cobrem corpos de vítimas em local de ataque em área movimentada.

 

Paris se viu diante de um intenso ataque terrorista coordenado na sexta-feira, deixando 128 mortos, além de cerca de 180 feridos, 80 em estado grave. Ao menos 88 reféns foram mortos durante um show de rock no teatro Bataclan. Cerca de 40 pessoas morreram vítimas de homens armados que abriram fogo em cinco pontos da capital francesa. Ocorreram três explosões do lado de fora do Stade de France, onde a seleção de futebol do país jogava um amistoso contra a Alemanha. Cinco pessoas morreram no entorno do estádio, disse a polícia. A França abriu um alerta vermelho. Ao menos dois brasileiros ficaram feridos nos ataques, informou a embaixada.

Segundo informações da cônsul-geral do Brasil em Paris, Maria Edileuza Fontenele Reis, um casal de brasileiros ficou ferido enquanto jantava no restaurante. O homem estava em estado grave e foi submetido a cirurgia. Segundo a cônsul, ele perdeu muito sangue e teve de fazer uma transfusão. A mulher teve ferimentos leves.

Oito terroristas morreram nos ataques, sete deles ao detonarem explosivos. Três homens detonaram explosivos que carregavam, se matando perto do Stade de France; outros três homens-bomba teriam se explodido no teatro Bataclan, e um quarto foi morto durante o ataque da polícia ao local; outro homem-bomba teria detonado explosivos próximo ao Boulevard Voltaire.

Um ataque armado com fuzis Kalashnikov no 10º distrito de Paris deixou mortos e feridos, segundo a polícia da capital francesa. Pelo menos um homem com arma automática teria invadido o local. Estimativas davam conta de quatro a dez pessoas que morreram no restaurante Le Petit Cambodge. A área do primeiro tiroteio é próxima à Praça da República, área muito movimentada de Paris. De acordo com testemunhas, os agressores fugiram após disparar mais de cem vezes, e pessoas estavam sendo retiradas às pressas do local — também perto do canal Saint Martin, área muito frequentada às sextas-feiras à noite.

Um jovem saiu de casa, a poucos passos da Rue de Charonne, e disse: "Eu saí para dar uma volta tarde nesta sexta-feira e vi o horror, os corpos sem vida na rua, e as pessoas jogando lençóis de suas janelas para cobrir os corpos... Isto é uma guerra na minha casa. Posso entrar em casa, e eu ainda estou bloqueado."

SEQUESTRO COM MAIS DE CEM MORTOS
Um segundo tiroteio ocorreu logo depois perto do local, no boulevard Voltaire. Dois homens armados entraram no bar Le Carillon e abriram fogo, de acordo com testemunhas. Um dos atiradores teria gritado "Allahu akbar" (Deus é grande) e "Isso é pela Síria", testemunhas disseram, indicando que eles poderiam ser radicais islâmicos.

A polícia relatou um terceiro tiroteio e reféns no próprio Bataclan. O episódio ocorreu no meio do show da banda Eagles of Death Metal, do vocalista do Queens of the Stone Age, Josh Homme. Ele não estava na turnê, no entanto.

Testemunhas disseram que pessoas entraram atirando a esmo no local, e funcionários da polícia falaram em cem reféns. Ao menos 30 foram libertados, e um refém pediu pelas redes sociais que a polícia invadisse o local, porque os jihadistas teriam prometido matar "um a um".

Por volta de 21h30m (de Brasília), explosões e tiros foram ouvidos na área. Os três terroristas se explodiram com a chegada da polícia, matando outras quatro pessoas. De acordo com o vice-prefeito parisiense, Patrick Klugan, ao menos 118 morreram somente no ataque.

Um jovem que se identificou como Hervé disse ao "Telegraph" que havia cerca de mil pessoas no local, e que três jovens de pouco mais de 20 anos entraram atirando com kalashnikovs. Outras testemunhas falaram que o cenário era de carnificina.

"Foi um caos. Eu estava à direita no salão do Bataclan, uma canção de Eagles of Death Metal estava acabando quando ouvi barulhos como explosão de fogos de artifício. Vejo o cantor suspender a guitarra, me viro e vejo um cara armado com uma arma automática disparando para o ar. Todo mundo se deitou no chão. A partir daí, é o instinto que assume a cada explosão e tentamos rastejar o mais longe possível dos atiradores (não posso te dizer o número, tudo aconteceu muito rápido)", disse outra testemunha ao "Le Figaro".

A região fica perto do antigo escritório do semanário satírico "Charlie Hebdo", onde 12 pessoas foram mortas por terroristas islâmicos em janeiro. Os agressores foram ouvidos também atribuindo a culpa do ataque à ajuda francesa na intervenção militar ocidental em Iraque e Síria.

EXPLOSÕES
Após as três explosões dentro do estádio, em Saint-Denis, o presidente François Hollande foi retirado do local. Os acessos ao estádio foram fechados às pressas, mas o jogo prosseguiu. Ao fim do jogo, os alto-falantes pediram calma na saída dos presentes. Muitas pessoas ocuparam o gramado, com medo da situação — ficaram retidos.

A polícia falou que a primeira das explosões foi de uma granada jogada por um terrorista contra uma lanchonete, e disse que ao menos cinco pessoas morreram no local. Depois, a dupla se explodiu no entorno.
Durante a manhã, uma ameaça de bomba contra o hotel da seleção alemã forçou a retirada dos presentes no estabelecimento, mas não foram encontrados explosivos. Um quarto tiroteio aconteceu ainda no principal shopping de Halles, depois dos demais ataques. O local é muito movimentado, e é tido como um dos principais estabelecimentos no coração da cidade.

ALERTA VERMELHO
Hollande já começou a tomar medidas de urgência com seus ministros para avaliar a situação. Ele foi diretamente ao Ministério do Interior para reunir seu gabinete de crise. Em um anúncio em rede nacional, ele anunciou que as fronteiras foram fechadas e o país está mantendo alerta de vigilância máxima.

— Saberemos vencer mais uma vez o terrorismo — declarou o presidente.

Ao decretar alerta vermelho, o país mobilizou 1.500 soldados para a capital. Muitos deles retiveram pessoas perto do Stade de France e do Bataclan. Nas últimas semanas, especialistas advertiram que ataques islâmicos sem precedentes estavam sendo orquestrados contra a França e que seria praticamente impossível desarticulá-los.

— A temperatura subiu. Hoje, o objetivo deles foi usar o tempo para que a mídia pudesse acompanhar o evento, transmitindo ao vivo para o máximo de publicidade — confidenciou, recentemente, um alto-funcionário da divisão contra o terrorismo. — Tememos que os ataques com Kalashnikov vão durar.

SOLIDARIEDADE
Após os ataques, vários líderes mundiais se pronunciaram em solidariedade e expressando consternação.
"Estou chocado com os eventos esta noite em Paris. Nossos pensamentos e orações estão com os franceses. Iremos fazer o que for preciso para ajudar", disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

— Uma vez mais vimos uma tentativa de aterrorizar civis. Não é só mais um ataque contra a França, mas estamos preparados para dar qualquer ajuda necessária — disse o presidente Barack Obama. — Sairemos por cima do ódio de alguns.

"Consternada pela barbárie terrorista, expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao governo francês", afirmou a presidente Dilma Rousseff pelo Twitter.

 

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