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Chuvas no Nordeste podem mudar no futuro e prejudicar a segurança alimentar

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Chuvas no Nordeste podem mudar no futuro e prejudicar a segurança alimentar

Pesquisa da USP mostra que cinturão de chuvas tropical pode estar se estreitando, o que diminuiria a precipitação no local.

Por: Pesquisa Web

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que mudanças no "cinturão de chuvas" tropical podem prejudicar a segurança alimentar e hídrica de diversas regiões no planeta, incluindo uma parte do Nordeste brasileiro.

Atualmente, de acordo com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), cerca de 11% da população brasileira está concentrada em áreas semiáridas dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. O clima dessas regiões pode ser extremamente seco durante o ano, tendo cerca de 50% da estimativa de chuva anual concentrada em apenas dois meses – março e abril.

Pesquisas já apontavam o fato de que a região mais chuvosa entre os trópicos, conhecida como cinturão de precipitação tropical, está em alteração, em especial devido às mudanças climáticas que ocorrem em todo o planeta. Estudos de instituições do Hemisfério Norte, como a Universidade de Irvine, na Califórnia, indicaram a possibilidade de que a área de precipitação estivesse se movendo cada vez mais ao Sul.

Entretanto, a tese de Cristiano Chiessi e seus colaboradores, do Instituto de Geociências da USP, demonstra que este cinturão está em um processo de estreitamento, o que seria extremamente prejudicial para as zonas mais secas do Nordeste do Brasil, pois a quantidade de chuvas no local diminuiria ainda mais, causando danos sociais e ambientais graves. O processo de dimunuição estaria em curso a pelo menos 5 mil anos.

"Segundo o paradigma vigente, o cinturão tropical de precipitação teria se deslocado para o sul no decorrer dos últimos 5 mil anos. Nossa pesquisa sugere que, em vez disso, o que aconteceu foi que o cinturão sofreu uma contração no seu intervalo latitudinal de oscilação. Isto é, passou a oscilar dentro de uma faixa mais estreita”, diz Chiessi em entrevista à Agência Fapesp.

Os pesquisadores chegaram a este resultado analisando sedimentos geográficos depositados no fundo do oceano, que fornecem informações sobre o sistema climático de um local através dos anos. Esse estudo indicou que as chuvas na região Nordeste têm diminuído constantemente através do tempo.

Em algumas regiões mais pobres dos estados atingidos, a fome e a sede já são uma realidade da população local, e podem ser agravadas por essas alterações ao longo deste século.

No entanto, caso o cinturão de chuvas tropical esteja se movendo na direção Sul, o Nordeste do Brasil seria menos prejudicado pelo novo ritmo de precipitação. Esta configuração traria problemas para diversos locais no mundo. A informação é do CNN Brasil*

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