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Saúde
Por: Sites da Web
Segundo dados divulgados na última sexta-feira (17) pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a Síndrome de Guillain-Barré já possui 49 casos confirmados no estado, 47 destes casos com histórico anterior de Dengue, Zika ou Chikungunya.
Ao contrário das outras três enfermidades, a Guillain-Barré possui um período muito maior até a cura total. De acordo com o professor do departamento de Neurologia da Universidade de Campinas (Unicamp) e membro da Associação Brasileira de Neurologia (ABN), Marcondes Cavalcante França Júnior, especialista no estudo sobre a Guillain-Barré, o período médio de recuperação chega a cerca de dez meses após o surgimento dos primeiros sintomas. “Depois dos primeiros sintomas, temos uma fase de progressão da doença, quando ela chega as piores limitações possíveis.
Depois temos uma fase, onde o quadro fica estável, é a fase de platô, que dura de 4 a 6 semanas. Depois, entra na fase de recuperação dos sintomas. É uma fase longa, que pode levar de 4 a 12 semanas”, explica.
O neurologista também afirma que a letalidade da Guillain-Barré é baixa e que os casos nos quais o óbito pode acontecer são raros e específicos. “A taxa de óbito gira entre 2 e 5%, O mais comum dos óbitos é com pacientes que precisam usar respiração mecânica, precisam ir para UTI e, nesse processo, desenvolvem infecções hospitalares. Este é o principal risco. A segunda motivação mais comum é quando ela atinge a enervação de órgãos como o coração”, afirma o especialista. Além da raridade em óbitos, a enfermidade dificilmente deixa sequelas, de acordo com França Júnior. “80% dos pacientes que tem a Guillain-Barré tem recuperação completa. 20% tem algum tipo de sequela.
Esse grau de sequela é muito variável. Na maioria das vezes, são relativamente leves. Em 5 a 8%, as sequelas podem ser mais graves, ao ponto de comprometer a movimentação das pessoas”, revela. O especialista também alerta que, apesar das dificuldades causadas pela doença, ela é tratável e sua velocidade de sua reversibilidade está altamente ligada à rapidez com que ela é diagnosticada. "O mais importante é deixar claro que uma vez tendo sintomas que podem sugerir a doença, procurar o mais rápido possível o médico para iniciar o tratamento. Quanto mais rápido iniciar o tratamento, melhor”, aconselha.
O especialista também parte da tese que o aumento no número de casos da Síndrome de Guillain-Barré na Bahia pode ter ligação com a epidemia de zika vírus no estado, como especulam especialistas. França Júnior explica que a Guillan-Barré surge sempre depois de alguma infecção sofrida pelo corpo, quando a reação imunológica do organismo para combater o agente infeccioso se descontrola e acaba agredindo o tecido nervoso. “Em relação ao zika, como ela é uma condição relativamente nova, ainda não há confirmação da associação do Guillain Barré com o zika, mas eu acho que é uma extremamente provável que esse aumento dos casos de Guillain-Barré na Bahia possa ter ligação com esse novo agente infeccioso que surge no estado”, explicou.
França Júnior afirma ainda que a doença não tem caráter oportunista, não sendo, portanto, causada pela baixa imunidade no organismo gerada por doenças como zika, dengue e chikungunya. Ele admite também que dengue e chikungunya podem estar ligadas à Síndrome de Guillain-Barré. “Quanto à relação com a dengue, há vários estudos que mostram a ligação deste vírus com a Guillain-Barré”, relata.
O especialista explica que os primeiros sintomas da doença, que afeta nervos periféricos, culminando com a paralisação de membros do corpo, aparecem cerca de uma semana após o fim das infecções, que, geralmente, são gripais ou intestinais. “Os primeiros sintomas são dormência, fraqueza e ela é rapidamente progressiva. Em questão de horas ou de dias, vai evoluindo e chegando a outras partes do corpo”, explica.
Informações do site: Bahia Notícias
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