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Exames detectam lesões causadas pelo HPV com eficácia de 90%

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Exames detectam lesões causadas pelo HPV com eficácia de 90%

Método molecular já é utilizado em países mais desenvolvidos e dispensa repetição anual.

Por CN com Assessoria de Comunicação

Uma pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) mostrou que, apesar de saberem os riscos que doenças ginecológicas podem acarretar à saúde, 52% das mulheres brasileiras não realizam exames preventivos, capazes de detectar doenças como o câncer de colo de útero. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro que mais atinge a população feminina no Brasil e quarta maior causa de morte por câncer.

Enquanto alguns subtipos de HPV predispõem ao desenvolvimento de tumores malignos, sendo o contato sexual sem proteção a principal fonte de infecção, outros estão relacionados à ocorrência de verrugas em diferentes partes do corpo. O exame mais comum para identificar a presença do HPV é o exame de Papanicolau, que conforme recomendações do Ministério da Saúde, deve ter seu início aos 25 anos. Após dois exames anuais consecutivos com resultados negativos, a periodicidade muda para três anos, até os 64 anos completos. Mas, sozinho, o exame apresenta eficácia suficiente?

Apesar de, até o momento, não se observar diferença na mortalidade, este rastreamento poderia ser melhorado: o fato de consistir em um esfregaço, ou seja, coletar apenas uma parte de material do colo uterino, o exame de Papanicolau muitas vezes é visto como questionável. Segundo o ginecologista e obstetra Jan Pawel Andrade Pachnicki, professor do curso de Medicina da Universidade Positivo, podem haver lesões cancerosas presentes em regiões que não são coletadas durante o exame: “células do canal do colo uterino, por exemplo, podem ter seu diagnóstico retardado”.

Para melhor detecção e precisão, especialistas desenvolveram um teste molecular que é capaz de identificar o DNA de diferentes tipos de HPV. Homens e mulheres podem desenvolver doenças relacionadas ao vírus, que já somam mais de 200 tipos, sendo que aproximadamente 40 podem desencadear infecções no epitélio do trato anogenital masculino e feminino.

“O HPV é mais comum do que se pensa. De 75 a 80% das mulheres entram em contato com o vírus em algum momento da vida. Como ele pode ficar latente por mais de 15 anos, a detecção precoce pode evitar complicações e o acompanhamento ginecológico e exames são necessários”, alerta o médico.

O Papanicolau detecta alterações citopatológicas a partir do raspado celular, não identificando o vírus em si (o que poderia ser feito pelo exame molecular), mas as alterações morfológicas celulares a ele relacionadas. Além de apresentar resultados mais completos, mais sensíveis e reduzir o erro humano, uma vez que o diagnóstico é automatizado, Pachnicki diz que com um resultado negativo no teste molecular, a mulher pode ficar de três a cinco anos isenta de repetir o procedimento.

“A coleta é semelhante à do exame de Papanicolau, feita com uma escovinha inserida pela vagina da paciente. A diferença é que no exame molecular a análise é feita por um equipamento, enquanto no Papanicolau a amostra é analisada diretamente na lâmina”, explica o ginecologista.

Uma grande vantagem do exame molecular é a possibilidade de identificar o causador da doença antes de se observar danos nas células. Mesmo na ausência de qualquer sinais e sintomas, o indivíduo é um potencial transmissor do vírus, e, sabendo que a paciente é portadora de determinado subtipo viral, é possível seguir com um acompanhamento mais frequente e alertá-la sobre essa capacidade de transmissão.

Apesar de estar cada vez mais conhecido do meio médico e integrar o rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o exame molecular ainda não é aplicado como rastreamento de rotina no Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, somente portadores de planos de saúde podem usufruir do exame sem ter que investir a mais.

“Acredito que a utilização do método poderia reduzir custos com exames anuais e apresentaria resultados precisos, permitindo que os médicos pudessem iniciar o tratamento adequado de forma correta”, conclui o médico.

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