Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Notícias

/

Saúde

/

Ministério da Saúde cria grupo de trabalho para estudo de ‘cura do câncer’

Saúde

Ministério da Saúde cria grupo de trabalho para estudo de ‘cura do câncer’

Por G1

Fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida por pesquisadores da USP de São Carlos

 

O Ministério da Saúde anunciou, na quinta-feira (29), que vai criar um grupo de trabalho para estudar a questão da fosfoetanolamina e apoiar a realização dos estudos necessários para avaliar a eficácia da substância contra o câncer.

Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões judiciais, a fosfoetanolamina é alardeada como cura para diversos tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos.

Uma portaria que deve ser publicada pelo Ministério da Saúde no Diário Oficial da União desta sexta-feira (30) estabelece um prazo de 60 dias para o grupo apresentar um plano de trabalho para desenvolvimento do projeto.

Colaboração para estudos
O objetivo é que a substância passe por testes pré-clínicos e clínicos com a colaboração da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e da Fiocruz.

"Estamos colocando à disposição do professor responsável pela síntese dessa molécula a possibilidade de submeter à fosfoetanolamina a todos os protocolos para verificar se a substância é ou não eficaz e por fim a essa celeuma", afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em nota divulgada pela pasta. Até o momento, o grupo de pesquisadores que desenvolveu a síntese da fosfoetanolamina alegava que os testes clínicos não tinham sido concluídos pois havia má vontade por parte da Anvisa.

Ministério recomenda não usar
A recomendação do Ministério da Saúde é que as pessoas não façam uso da substância até que os estudos sejam concluídos. Castro afirmou ainda que a preocupação do Ministério a Saúde é que as pessoas deixem de lado os tratamentos já estabelecidos para aderir à substância, que ainda não tem eficácia comprovada. A existência de relatos de cura entre pacientes que recorreram à fosfoetanolamina não comprova a eficácia da substância contra o câncer. Estudos com seres humanos necessários para que uma substância seja considerada um medicamento, chamados testes clínicos, têm planejamento e controle rigorosos, além de um acompanhamento contínuo dos pacientes.

Audiência no Senado
Também na quinta-feira, uma audiência pública promovida por duas comissões do Senado - de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Assuntos Sociais (CAS) - debateu a questão da fosfoetanolamina com pesquisadores e autoridades. Entre os participantes da audiência estava o pesquisador Gilberto Orivaldo Chierice, professor aposentado do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP). Chierice, que desenvolveu o método de síntese da fosfoetanolamina, defendeu o potencial anticancerígeno da substância.

Também foi ouvido o pesquisador da USP Salvador Claro Neto, que afirmou que a universidade não tem condições de produzir a quantidade de cápsulas que a justiça determina que o instituto produza.
 

Relacionados

VER TODOS