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OMS esclarece que assintomáticos transmitem covid-19: 'Questão é saber quanto'

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OMS esclarece que assintomáticos transmitem covid-19: 'Questão é saber quanto'

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Por: Pesquisa Web

Fala de diretora foi considerada ambígua e questionada por pesquisadores.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta terça-feira (9) que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo, "a questão é saber quanto". O esclarecimento foi feito depois que a chefe de programa de emergência da entidade, Maria van Kerkhove, afirmar ontem que a transmissão da covid-19 por pacientes sem sintomas parecia ser "rara". 

"Estamos absolutamente convencidos de que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo, a questão é saber quanto", disse o diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan. 

Van Kekhove afirmou nesta terça que as pesquisas estão em andamento ainda e é preciso ter cautela. Ontem ela já havia destacado que se tratava de estudos não muito abrangentes. "Alguns modelos estimam que pode ocorrer uma transmissão de 40% devido aos casos assintomáticos, mas não incluem análises anteriores", pontua. 

Falando do tema ontem, Van Kekhove citava países que têm capacidade grande de testagem e têm tido sucesso rastreando os pacientes com covid-19. Ela também destacou que quando se analisa os casos assintomáticos, acaba-se descobrindo que muitos tiveram na verdade sintomas leves da infecção e não estavam realmente sem sintomas.  

A declaração dela ontem foi criticada por pesquisadores por abrir uma ambiguidade em meio a um momento de muita desinformação. Entre os críticos estava Ashish K. Jha, diretor do Instituto de Saúde Global da Universidade de Harvard. 

Ele argumentou nas redes sociais que os infectados que não apresentam sintoma são forma importante de transmissão da doença. Disse ainda que só cerca de 20% dos doentes não tiveram nenhum sintoma - os outros 80% apresentaram sintomas de levas a graves. 

"Muitos deles já espalham o vírus antes de desenvolver sintomas", disse Jha. "Eles são, tecnicamente, pré-sintomáticos e não assintomáticos", avalia. 

O pesquisador diz que a própria OMS faz essa diferenciação e que a maioria dos casos é de indivíduos pré-sintomáticos. 

Bolsonaro 
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), usou a fala para pedir uma "reabertura mais rápida" das atividades econômicas. "Quem sabe poderemos voltar à normalidade que tínhamos no começo deste ano", disse. 

"Ontem a OMS também disse que a transmissão de pessoas assintomáticas é praticamente zero. Muitas lições serão tomadas. Isso pode sinalizar a uma abertura mais rápida e do comércio e a extinção de medidas mais rígidas autorizadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e por prefeitos e governos estaduais. O governo federal não participou disso. Vai ter muita discussão", afirmou o presidente. 

Ele não citou que a OMS disse que "parece haver" baixa transmissibilidade, nem que a fonte é um estudo de pequeno porte. A chefe do programa de emergências da entidade, Maria van Kerkhove, ressaltou depois, em sua conta no Twitter, que há diferenças entre assintomáticos e pré-sintomáticos —pessoas que ainda não têm sintomas, mas vão desenvolvê-los. Essas pessoas transmitem mais intensamente no início da contaminação. 

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