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Pesquisa aponta que ao menos 70% dos trabalhadores estão com a saúde mental afetada

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Pesquisa aponta que ao menos 70% dos trabalhadores estão com a saúde mental afetada

Dados mostram que muitos estão nervosos, tensos ou preocupados

Por: CN com Assessoria de Comunicação

(Imagem ilustrativa)

O trabalho é uma atividade importante para a manutenção da autoestima, porém, também pode ser uma fonte de vários distúrbios psicológicos que causam danos à saúde mental dos indivíduos. Mas, você sabe o que é saúde mental no trabalho? Você conhece os fatores que podem afetar a saúde mental do trabalhador e as consequências em sua vida?
 
Conforme o médico psiquiatra Dr. Rogério Jesus, a saúde mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções. “Seguindo o que diz a Organização Mundial da Saúde, a saúde mental de um indivíduo é um estado de bem-estar em que o indivíduo está ciente de suas próprias habilidades, podendo enfrentar as tensões normais da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera, e ainda, capaz de contribuir com a sua comunidade”, ressalta. 
 
Apesar desse tema ainda ser tabu na relação entre funcionários e empresas, a discussão desse assunto tem sido crescente, sendo reforçado ainda mais, na pandemia. 
 
Dados de um estudo inédito realizado pela Inpress Porter Novelli em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), apontam que ao menos 70% dos trabalhadores se sentem mais nervosos, tensos ou preocupados, o que significa que desde o início da pandemia e a crise humanitária que interferiu nas relações pessoais e profissionais, a saúde mental dos brasileiros piorou.
 
O estudo mostra ainda que a ansiedade acentuada foi citada por 55% dos entrevistados, o estresse (51%) e a tristeza (49%). Dos ouvidos, 62% disseram que a empresa onde trabalha não ofereceu qualquer suporte relacionado à saúde mental, 16% foram a psicólogos ou psiquiatras e a maioria (57%) não buscou ajuda, um percentual nada animador. 
 
Além disso, outras pesquisas apontam que 44% já passaram pelo burnout – síndrome que designa o esgotamento mental e físico relacionado ao desempenho de funções profissionais e que ao contrário das demais síndromes, ela é exclusivamente ligada ao trabalho e devido ao crescimento de casos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) a incluiu, em 2019, na Classificação Internacional de Doenças (CID) e recentemente, passou a ser considerada doença ocupacional.
 
Dados do Ministério da Previdência Social, sinalizam que nos últimos anos aumentou em 20 vezes a concessão do auxílio doença e aposentadoria para trabalhadores registrados com invalidez devido a transtornos mentais. 
 
De acordo com Dr. Rogério Jesus, vários fatores podem contribuir para a deterioração da saúde mental dos trabalhadores. “Cobranças e cargas horárias excessivas, desorganização no ambiente empresarial, falta de benefícios e medo da demissão, estão entre os principais fatores que podem contribuir para o surgimento de distúrbios psicológicos dos funcionários,” destaca.
 
Para o médico psiquiatra, é preciso trazer consciência sobre a importância da saúde mental e as empresas devem ter um papel importante nisso. “As pesquisas indicam urgência no trato da questão. Existe  um entendimento de que é normal o indivíduo sentir-se tenso, nervoso ou preocupado quando se trabalha muito. Há uma naturalização de que as pessoas podem se sentir assim mesmo, mas isso é preocupante, porque todos estão passando por isso, porém, falando muito pouco ou quase nada sobre a situação, deixando inclusive de pedirem ajuda.”, salientou. 
 
Ao contrário das condições físicas de uma pessoa, os problemas na saúde mental nem sempre são perceptíveis, mas cabe às empresas, portanto, desenvolverem ferramentas para os funcionários lidarem melhor com os problemas, objetivando que suas equipes estejam mais saudáveis e satisfeitas nos seus trabalhos.
 
Compromisso das empresas
 
O estudo sinaliza também que 29% relataram dificuldades de exercer alguma função por não estarem bem mentalmente, o que consequentemente afeta também as organizações trazendo consequências no clima organizacional, afetando a produtividade, o desempenho, a integração entre as equipes, a capacidade física e funcionamento diário, ocasionando absenteísmo (faltas) e maiores taxas de contratação e demissão.
 
Segundo Dr. Rogério Jesus, é necessário implementar um programa de saúde mental nas empresas que ajudem os trabalhadores a cuidarem melhor do seu psicológico, para que assim, melhore o clima organizacional e otimize a integração entre as equipes. “Dentre os cuidados que as empresas podem oferecer  para ajudar os funcionários a prosperarem em seu trabalho e vidas pessoais, podemos destacar algumas medidas como, capacitação que melhore o estilo de vida, incentivo à prática de exercícios físicos, disponibilização de  ferramentas de auto avaliação, psicólogos, promoção de eventos para debate sobre o tema, abordagem de técnicas de gerenciamento de depressão e estresse, como atenção plena, exercícios respiratórios e meditação, manutenção de  espaços tranquilos, incentivo à alimentação saudável e outros,” enfatiza.

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