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Política
Em meio ao aumento de 117% nos casos de violência contra lideranças políticas, agressão ao vivo entre candidatos durante debate acende alerta sobre a tensão nas eleições municipais de 2024.
Por: Camaçari Notícias
A violência política tem sido uma preocupação crescente no Brasil, e o episódio mais recente chocou o país. Durante um debate transmitido ao vivo neste domingo, o candidato José Luiz Datena (PSDB) agrediu Pablo Marçal (PRTB), lançando uma cadeira contra ele diante das câmeras. A cena, inédita na política brasileira contemporânea, destaca a escalada da violência em tempos eleitorais.
Historicamente, os debates entre candidatos, embora acalorados, raramente ultrapassam trocas verbais e insultos. O ato de violência física marca um novo e preocupante capítulo, em um cenário onde já se registram aumentos alarmantes nos casos de violência política.
De acordo com o Observatório da Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre abril e junho de 2024, foram contabilizados 128 casos de agressão a lideranças políticas. Esse número representa um aumento de 117% em relação ao trimestre anterior, impulsionado pelo ciclo pré-eleitoral das eleições municipais. Muitos desses incidentes envolveram pré-candidatos a cargos locais, indicando que as disputas políticas estão se tornando cada vez mais perigosas.
Outro episódio recente de violência ocorreu no início deste mês, no Rio de Janeiro. Leonel de Esquerda (PT), candidato a vereador, foi agredido durante uma ação de campanha por um grupo supostamente ligado ao deputado estadual e candidato a prefeito Rodrigo Amorim (União Brasil). O PT pediu a impugnação da candidatura de Amorim, que ainda está em análise pela Justiça Eleitoral. O deputado já havia sido punido por um crime de violência política de gênero contra a vereadora Benny Briolly, mas a pena foi revogada posteriormente.
Embora o episódio de Datena seja inédito em termos de agressão física ao vivo, a política brasileira já foi palco de confrontos violentos em outras ocasiões. Um dos casos mais famosos ocorreu em 1963, quando o então senador Arnon de Melo (PDC) disparou uma arma contra seu adversário Silvestre Péricles de Góis Monteiro (PST) durante uma sessão do Senado. Embora o tiro tenha sido direcionado ao rival, quem perdeu a vida foi o senador acreano José Kairala (PSD), vítima de um disparo acidental.
Em tempos mais recentes, episódios de violência menos dramáticos, mas igualmente impactantes, continuam a assombrar a política. Em 2010, o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), expulsou com empurrões um manifestante durante um evento de inauguração. Outro episódio histórico remonta a 1949, quando Jânio Quadros, em seu primeiro mandato como vereador, foi agredido durante uma sessão da Câmara Municipal de São Paulo.
O aumento da violência política levanta sérias preocupações sobre a integridade do processo eleitoral e a segurança dos candidatos e eleitores. Com as eleições municipais de 2024 se aproximando, cresce o temor de que episódios como o de Datena e Marçal se tornem mais frequentes. As autoridades eleitorais e de segurança pública enfrentam o desafio de garantir que o ambiente eleitoral permaneça seguro e democrático, em meio à crescente polarização.
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