Márcia Lopes assume o Ministério das Mulheres com foco na continuidade e ampliação de políticas públicas

A assistente social e professora Márcia Lopes foi oficialmente empossada como nova ministra das Mulheres nesta segunda-feira (5), em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília. A nomeação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e marca a saída de Cida Gonçalves do comando da pasta.

Em sua primeira fala como ministra, Márcia destacou o compromisso com a continuidade das políticas já implementadas e afirmou que o trabalho será coletivo. “É uma grande alegria e eu sei da minha tarefa, mas não vou fazer sozinha. Conto com uma equipe competente, dedicada, apaixonada, que acredita no movimento de mulheres e no movimento feminista. Este ministério tem o dever absoluto de defender intransigentemente os direitos das mulheres”, declarou.

A nova ministra também afirmou que o diálogo com outras áreas será uma prioridade. “Teremos um intenso trabalho com as pastas da saúde, educação, cultura, agricultura, meio ambiente, ciência e tecnologia, desenvolvimento e assistência social, para integrar ações voltadas às mais de 104 milhões de mulheres brasileiras”, disse.

O presidente Lula comentou a mudança em suas redes sociais. “Recebemos hoje, no Palácio do Planalto, a assistente social, professora e ex-ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, a quem nomeei e dei posse no cargo de Ministra das Mulheres, em substituição à companheira Cida Gonçalves, que também participou do encontro”, escreveu.

Transição e legado

Durante a cerimônia, Cida Gonçalves fez um balanço de sua gestão e defendeu a importância da pasta na estrutura governamental. “As mulheres têm papel estratégico na construção da democracia, na governabilidade e na representatividade. Tiramos a maioria das mulheres da situação de pobreza e reconstruímos políticas que haviam sido desmontadas. O que fizemos foi recuperar a dignidade, o respeito e a cidadania das mulheres”, afirmou.

Cida também respondeu publicamente a boatos sobre o motivo de sua saída. Ao lado de Márcia Lopes, negou que sua exoneração tenha relação com denúncias de assédio. “O processo foi arquivado pela Comissão de Ética da Presidência. Isso não existe. Não temos nenhuma denúncia no Ministério das Mulheres”, pontuou.

Sobre sua saída, completou: “É uma troca de momento. Há um limite do que se pode avançar. Gente nova traz um novo olhar, novas perspectivas.”

Trajetória e experiência

Natural de Londrina (PR), Márcia Lopes tem uma longa trajetória no serviço público e na militância social. É formada em Serviço Social, com mestrado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e foi professora na Universidade Estadual de Londrina (UEL) por três décadas.

Filiada ao PT desde 1982, foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome em 2010, no segundo mandato de Lula, e também atuou como secretária-executiva da pasta e como secretária nacional de Assistência Social. Coordenou ainda o Grupo de Trabalho “Fome Zero”, com participação de 13 ministérios.

Ex-vereadora de Londrina (2001–2004), Márcia também foi secretária municipal e conselheira estadual de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente no Paraná. Recentemente, integrou o grupo de transição do governo Lula para o mandato 2023–2026 e retorna ao Executivo como ministra das Mulheres.

Siga o CN1 no Google Notícias e tenha acesso aos destaques do dia.