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Política
Por: G1
Os acordos de delação premiada da Odebrecht começaram a ser assinados na tarde desta quinta-feira (1º). Emilio Odebrecht, fundador da empresa, já assinou. No total, 77 executivos e ex-executivos fecharão acordos com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato.
A previsão é que o processo de assinaturas termine só na sexta, considerando o alto número de delatores. O ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht deve assinar o termo em Curitiba, onde está preso de 2015. Cada um assinará um termo.
Além disso, haverá um acordo de leniência da empresa. O acordo ainda não foi assinado, mas os entraves que travaram as assinaturas na semana passada foram suspensos. Esse tipo de acordo é uma espécie de delação premiada de empresas, por meio do qual elas confessam participação em um crime e apresenta elementos que ajude as investigações, em troca de redução das punições. A delação da Odebrecht é tida, no meio político, como a de maior potencial para provocar impacto nas investigações, isso porque os executivos citaram mais de 200 nomes de políticos de diversos partidos.
A Odebrecht vai assumir que houve um grande erro e dirá que não admitirá que ele se repita. Dirá que aprendeu várias lições com esses erros e que está comprometida a virar essa página. A posição oficial da empresa será a de que tem um compromisso já em vigor, que inclui entre vários itens: combater e não tolerar a corrupção, em todas as formas, inclusive extorsão e suborno. E em dizer não a oportunidades de negócio que conflitem com esse compromisso.
Planilha
Em março deste ano, a Polícia Federal encontrou planilhas que mostram doações feitas pela Odebrecht a mais de 200 políticos de 24 partidos. Os documentos foram apreendidos na residência do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Junior, que foi preso temporariamente na 23ª fase da Operação Lava Jato e liberado posteriormente pela Justiça.
De acordo com as tabelas, os repasses foram feitos pela empreiteira para as campanhas municipais de 2012 e para as eleições de 2010 e de 2014. À época, não era possível afirmar que se tratavam de doações legais de campanha ou feitas por meio de caixa 2, já que os documentos não detalham se os valores, de fato, foram repassados e se foram pagos em forma de doação oficial. Nas tabelas que relacionam o nome de políticos, os valores repassados ultrapassariam os R$ 55 milhões.
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