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Espaço de escuta e proteção: CNCAST debate ações integradas entre setor público, transporte e comunidade religiosa
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Participaram da conversa o vereador Manoel Filho, a assistente social Tânia França, e Andressa, diretora do ministério infantil UCRIADEBAJ, da Igreja Assembleia de Deus Ministério Belém
Por: Camaçari Notícias
Foto: Camaçari Notícias
O podcast CNCAST recebeu, na última quarta-feira (21), representantes do setor público, do setor de transporte e da comunidade religiosa para debater os desafios, as ausências e as alternativas para fortalecer a rede de proteção a crianças e adolescentes em Camaçari. O episódio, apresentado por Gisa Conceição no estúdio do Camaçari Notícias, teve como tema central a campanha Maio Laranja, que marca o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio.
Participaram da conversa o vereador Manoel Filho, membro da Comissão de Políticas Públicas para a Infância, Adolescência e Juventude da Câmara Municipal, a assistente social Tânia França, coordenadora de Promoção Social do SEST SENAT de Simões Filho, e Andressa, diretora do ministério infantil UCRIADEBAJ, da Igreja Assembleia de Deus Ministério Belém, em Monte Gordo.
O debate revelou dados preocupantes sobre a violência sexual contra crianças no Brasil. De acordo com os dados citados no programa, a cada hora, oito crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual no país, e apenas 8,5% dos casos são formalmente denunciados. Em 2023, o Brasil registrou mais de 66 mil casos de violência sexual infantil. A estimativa real, no entanto, é bem maior, já que a maioria dos casos não chega a ser formalizada.
Em Camaçari, os desafios para enfrentar essa realidade incluem a ausência de um setor de escuta especializada, serviço que foi desativado no município e que, segundo o vereador Manoel Filho, precisa ser urgentemente reativado. O parlamentar destacou que o atual cenário deixa as vítimas e suas famílias sem acolhimento adequado e sem uma rede formal de suporte, especialmente na região da orla, considerada uma área de risco pela circulação de turistas e pela vulnerabilidade social de parte da população.
“Nosso compromisso é trabalhar pela reativação do setor de escuta e pela ampliação das casas de acolhimento. Camaçari não pode conviver com esse vazio na proteção das nossas crianças”, afirmou o vereador.
Durante o episódio, Tânia França, do SEST SENAT, detalhou como o Projeto Proteção, desenvolvido nacionalmente pela instituição, atua na conscientização dos trabalhadores do setor de transporte. A proposta é formar agentes protetores, capacitando motoristas e profissionais que estão nas estradas para reconhecerem sinais de exploração sexual infantil e realizarem denúncias. Segundo ela, apenas na região que abrange Camaçari, Simões Filho e Feira de Santana, há cerca de 20 pontos críticos de exploração infantil mapeados pela Polícia Rodoviária Federal, através do Projeto Mapear.
“O motorista muitas vezes presencia uma situação de abuso, mas não sabe como agir. Nosso trabalho é orientar, fornecer ferramentas como QR Codes que levam direto ao WhatsApp do Disque 100, e criar essa consciência de que a denúncia é parte do processo de proteção”, explicou Tânia.
Na perspectiva da comunidade, a diretora da UCRIADEBAJ, Andressa, compartilhou como a igreja tem atuado como espaço de escuta e acolhimento para crianças em situação de vulnerabilidade. Ela relatou que, muitas vezes, são nas atividades da igreja que as crianças encontram segurança para relatar situações de abuso, negligência ou abandono.
“O espaço da igreja acaba se tornando um lugar de confiança para muitas crianças. Ali, elas encontram uma escuta que, muitas vezes, não têm em casa ou na comunidade. E isso nos traz a responsabilidade de agir, de orientar, de encaminhar e de acolher”, explicou.
Andressa também destacou que a percepção sobre a gravidade da violência se intensificou após ela se tornar mãe. A partir disso, desenvolveu ações específicas na igreja, incluindo rodas de conversa, oficinas e a mobilização da comunidade através da caminhada do Maio Laranja, realizada no distrito de Monte Gordo.
O episódio reforçou ainda a necessidade de políticas públicas contínuas e de uma integração mais eficiente entre os setores. O vereador Manoel Filho defendeu que o município precisa não só retomar o setor de escuta, mas também investir na ampliação do número de conselheiros tutelares, já que o atual quantitativo não supre a demanda de um território extenso como o de Camaçari, que abrange sede, orla e zona rural.
Outro ponto destacado foi a necessidade de levar essa pauta para dentro das escolas, com a presença de assistentes sociais e psicólogos capazes de identificar sinais de violência, prestar os primeiros acolhimentos e realizar os devidos encaminhamentos.
O debate realizado no CNCAST evidenciou que, sem uma rede ativa e articulada entre poder público, sociedade civil e setores econômicos, como o transporte, crianças continuam vulneráveis. O silêncio, reforçado pela ausência de canais adequados de escuta, se torna cúmplice da violência.
Ao final do episódio, os participantes fizeram um apelo direto: denunciar salva vidas. O canal de denúncia, Disque 100, funciona de forma gratuita e anônima. A orientação é clara: qualquer sinal, qualquer suspeita, deve ser comunicado.
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