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Presidente do Grupo Gay de Camaçari fala sobre homofobia

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Presidente do Grupo Gay de Camaçari fala sobre homofobia

Entrevista com o presidente do Grupo Gay de Camaçari

Por: Sheila Barretto

O dia 17 de maio é lembrado como o Dia Internacional contra a Homofobia. A data foi escolhida porque no dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde então, o 17 de maio virou símbolo da luta por direitos humanos e pela diversidade sexual, contra a violência e o preconceito. Conversamos com Paulo Paixão, presidente do Grupo Gay de Camaçari (GGC) sobre homofobia e as ações realizadas pelo grupo.

CN: Paulo, como você a questão da homofobia nos dias atuais?

Paulo Paixão: É indiscutível que a homofobia está muito presente nos dias atuais no convívio social no município de Camaçari, ou seja, pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo, sofrem preconceito frequentemente, simplesmente por isso e mais nada.  Tudo isso devido a um equívoco que era pouco visto e com o passar dos anos isso se modificou, virando incomum para muitos da população camaçariense, que passaram a designar uma posição de inferioridade para essas pessoas e em muitas ocasiões, utilizando a violência física ou verbal. Camaçari voltou a ter a arcaica CHURIA (gritaria quando nos vê passar).

CN: Em Camaçari houve um caso emblemático de homofobia em 2012, quando dois irmãos gêmeos foram espancados por andarem abraçados na rua. De lá para cá, você acha que a homofobia em Camaçari diminuiu ou continua igual?

Paulo Paixão: Diminuiu, mas tivemos uma grande perda com o fechamento da sede social do Grupo Gay de Camaçari, o segundo mais antigo da Bahia.  E aí continuamos atuando, mas sem sede. Precisamos voltar com a nossa sede para coibir este tipo de comportamento.  O caso dos gêmeos nos chocou, fomos às ruas, juntamente com os familiares, implantamos um monumento no local do crime, que até hoje existe. E fomos à luta até prender todos os envolvidos com a ajuda da delegada de homicídios de Camaçari, a gloriosa Dra. Tereza.

CN: Neste dia de combate à homofobia, que mensagem você deixa para a comunidade LGBTQ+?

Paulo Paixão: A homofobia consiste no ódio e repulsa por homossexuais, atitude esta que deve ser combatida para que possamos formar uma sociedade que esteja baseada na tolerância e respeito ao próximo, independente da sua orientação sexual. Conclamamos a todas e todos para irmos juntos lutar contra esta maldição que se chama HOMOFOBIA.

Importância do GGC

O Grupo Gay de Camaçari (GGC) tem 20 anos de atuação na cidade, mas atualmente está sem uma sede própria. Paulo destaca que não existe no município outra instituição de acolhimento para as pessoas que são vítimas de homofobia. “Quem sofre homofobia deve procurar primeiro a delegacia, depois procurar entidades sérias que lutam em prol do combate à homofobia, mas aqui em Camaçari não tem”.

“Aproveitamos este momento para solicitar aos nossos governantes que nos ceda um espaço para instalar esta instituição que salva vidas. Precisamos combater a homofobia e qualquer tipo de preconceito. Estamos sim atuantes e atentos. Temos uma assessoria jurídica pronta para defender os direitos LGBTT, além do nosso carro chefe, que é a prevenção às DST/AIDS e a garantia da qualidade de vida para o nosso povo”.

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