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'Não fui respeitada da mesma forma', diz jornalista da TV Record após agressão

Salvador

'Não fui respeitada da mesma forma', diz jornalista da TV Record após agressão

Caso aconteceu na manhã desta segunda-feira (16).

Por: Pesquisa Web

(Foto: Joselito Gomes/TV Bahia)

Horas após ser agredida enquanto trabalhava, a repórter Tarsilla Alvarindo, da TV Record Bahia, diz que ainda está digerindo o que aconteceu na manhã de segunda-feira (16), na Avenida Orlando Gomes. Golpeada com um soco no rosto, ela afirma que a maior dor tem sido carregar consigo a certeza de que foi vítima de uma violência que não deveria ter acontecido. A informação é do Jornal Correio*

“Eu estou bem, na medida do possível. Não é fácil ser agredida por um homem com uma força desproporcional, ainda mais no exercício do trabalho, que faço com muita ética e com muito cuidado. E não foi diferente hoje [ontem]. Eu agi da mesma forma para abordar a notícia. Eu não desrespeitei, não passei nem a barreira da Transalvador que estava imposta no local justamente para preservar o que a família tinha me pedido. E eu não fui respeitada da mesma forma. Isso é muito doloroso”, relata ela.

A repórter conta que um familiar pediu para não filmar nem mostrar ninguém da família na TV. Ela acatou o pedido, conversou com o familiar e disse que não filmaria de perto ao entrar ao vivo. E assim o fez. De longe, ela reportou que tinha acontecido um acidente e que um homem havia morrido. Já no fim da reportagem, ela foi surpreendida com a agressão.

Além da repórter, um cinegrafista e um auxiliar da TV Record Bahia também foram agredidos. Os agressores, que Tarsilla em um primeiro momento pensou que se tratavam de familiares da vítima, eram, na verdade, amigos de infância do falecido.

A ação violenta foi gravada e divulgada pelo cinegrafista da TV Bahia Joselito Gomes, que também trabalhava no local. Nas imagens, dois homens se dirigem à equipe e imediatamente iniciam as agressões. A repórter Tarsilla Alvarindo chegou a ser atingida com um soco. O cinegrafista George Brito e o auxiliar Marcos Oliveira também foram agredidos com socos. As imagens também mostram Alvarindo tentando pôr fim à confusão, mas sem sucesso.

Após o momento traumático, a repórter se dirigiu até a 12ª Delegacia (Itapuã), onde ficou sabendo que os dois homens haviam sido detidos e levados para a Central de Flagrantes. Ela, então, foi até o local e prestou depoimento. Os agressores também foram ouvidos, mas foram liberados e saíram sorrindo da Central, segundo Tarsilla.

“Era como se nada tivesse acontecido. A mãe de um deles me procurou, me pediu perdão e desculpas, mas eles saíram sorrindo. Não me pediram desculpas em nenhum momento. Saíram rindo da minha cara e isso me revoltou, me deixou magoada, porque é uma banalização. Naturalizou-se agredir jornalistas”, frisa Tarsilla.

Segundo a Polícia Civil, a Central de Flagrantes emitiu um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra os dois homens por lesão leve e, agora, o caso seguirá para o Juizado Especial Criminal (Jecrim).

A repórter da TV Record Bahia garante que buscará todos os recursos jurídicos possíveis para que os agressores sejam punidos. “Não podemos naturalizar. Não podemos simplesmente fingir que isso não aconteceu. Hoje foi comigo, mas semana passada foi com uma colega de outra emissora. Vamos esperar o quê? Matar alguém para que as coisas sejam resolvidas?”, questiona.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) emitiu nota de repúdio e se solidarizou com a repórter Tarsilla Alvarindo, o cinegrafista George Luiz e o motorista Marcos Oliveira. Junto a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sinjorba decidiu constituir um fórum estadual para acompanhar e prevenir os casos de violência e assédio contra jornalistas no exercício do trabalho profissional. “Agora, com mais esta ocorrência, a iniciativa se mostra mais urgente”, reforça o presidente do Sinjorba, Moacy Neves.

O Sinjorba e a ABI vão se reunir com Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do Estado da Bahia, Tribunal de Justiça da Bahia, Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Ordem dos Advogados do Brasil, Assembleia Legislativa, Defensoria Pública, entre outras autoridades e representantes dos veículos, para pedir providências urgentes para preservar a segurança dos jornalistas na atividade profissional.

Por sugestão da presidente da Fenaj, Samira de Castro, imagens da agressão serão encaminhadas ao Ministério Público Estadual para reforçar a denúncia.

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