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<b>Mãe de menino encontrado morto em Itapuã não será mais indiciada</b>

Salvador

Mãe de menino encontrado morto em Itapuã não será mais indiciada

Por: G1

Polícia diz que ela era menor de idade quando entregou criança.

A mãe do menino de dois anos encontrado morto no bairro de Itapuã, em Salvador, Fabiana Carvalho, não será mais indiciada pelo crime de ter entregue seu filho a uma pessoa estranha e inidônea.

A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (27) que ela não responderá pela acusação porque era menor de 18 anos quando entregou a criança para o padrinho, Rafael Pinheiro, que está preso suspeito por ocultar o cadáver do menino.

A Polícia Civil também informou que a mãe do padrinho, que também seria indiciada por participação na morte do garoto, não irá responder pelo crime. A investigação apontou que ela não tinha conhecimento de que o filho enterrou o corpo do garoto e acreditou na versão de que o menino estava desaparecido. A decisão de indiciamento das duas mulheres havia sido anunciada pela polícia na última quinta-feira (20).

De acordo com o Departamento de Polícia Técnica do Estado da Bahia (DPT-BA), o corpo do garoto foi retirado do órgão na manhã desta quinta-feira (27) pela mãe da criança. O corpo será enterrado no Cemitério Municipal de Areia Branca na tarde desta quinta-feira (27).

Exame confirma
O exame de DNA confirmou que o corpo achado em um cooler em areal no bairro de Itapuã, em Salvador, é de Marcus Vinícius de Carvalho dos Santos, de 2 anos, segundo informado, nesta quarta-feira (26), pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

O padrinho, que tinha registrado queixa na polícia de desaparecimento do garoto, foipreso por ocultação do cadáver. Segundo o DPT, foram coletadas a saliva da mucosa da boca e o sangue da mãe do menino para o exame de DNA.

A polícia apura se o menino realmente passou mal após ter ingerido leite de soja, conforme disse o padrinho Rafael Pinheiro, ou se outro fator provocou a morte da criança. A residência do padrinho do menino passou por uma perícia na sexta-feira (21), com objetivo de encontrar pistas sobre o que ocorreu com a criança. A casa fica em Nova Brasília de Itapuã. O caso é investigado pelo delegado Marcelo Sansão, da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico).

Investigação
Na quinta-feira (20), a polícia revelou que o corpo de Marcos Vinícius foi achado dentro de um cooler. Preso em flagrante, sob suspeita inicial de ocultação de cadáver, Rafael Pinheiro contou que o garoto passou mal na noite de quinta-feira (13), após ingerir leite de soja. O suspeito disse que tentou reanimar a criança, mas ela não resistiu. Após a morte, ele revelou ter enterrado o corpo do menino.

O suspeito, conforme a polícia, conheceu a mãe da criança há um mês. Ele afirmou que ficou sensibilizado com a falta de condições financeiras e de estrutura da mãe em criar a criança e se ofereceu para cuidar. "Foi um acidente", afirmou Rafael.

Segundo a polícia, ele e Fabiana de Carvalho, mãe do garoto, são usuários de drogas. Rafael foi preso em flagrante e irá responder por homicídio doloso ou culposo - a depender do resultado do laudo - e por ocultação de cadáver.
De acordo com a Polícia Civil, Rafael tem RG de São Paulo, morou por algum tempo no estado paulista, onde chegou a ser conduzido a uma delegacia depois de ser vítima do golpe conhecido como “Boa noite Cinderela”.

Versão do suspeito
Segundo depoimento de Rafael, ele teria levado o corpo do garoto dentro de um cooler e deixado em um areal no bairro de Itapuã na última sexta-feira (14). À polícia, o padrinho do garoto relatou que foi até a feira do bairro e forjou o sumiço da criança por medo de ser responsabilizado pela morte. Ainda na sexta, ele procurou a delegacia para comunicar o desaparecimento do garoto.

"Rafael foi ouvido no sábado (15) no DHPP, dizendo que teria saído de casa com a criança. Chegando na feira, ele diz que trouxe o menino no braço e, logo em seguida, foi para um box que vende verduras. Teria deixado a criança no chão e comprado verduras", relatou a delegada Heloisa Simões. A hipótese da feira foi descartada após diversas pessoas serem ouvidas.

"O primeiro a ser ouvido foi um feirante. Ele disse que Rafael não estava com criança e não tinha comprado nenhuma verdura. O que ele lembrava é de um rapaz com um celular exibindo a foto de uma criança que teria se perdido na feira de Itapuã. Outras pessoas também foram ouvidas no departamento", contou a delegada. Rafael estava a todo momento acompanhado da mãe.

"A mãe dele foi ouvida e a mesma quis induzir a Polícia Civil ao erro. A mãe dele [suspeito] chegou na unidade dizendo que um lojista teria visto um carro preto. Esse lojista, da região de Itapuã, teria visto um Corolla preto com um casal e duas crianças. A mãe de Rafael alegou que Marcus Vinicius tinha sido levado por esse casal", disse a delegada. De acordo com ela, todas as versões foram descartadas.

Durante a coletiva realizada na manhã de quinta, a partir desse depoimento, a suspeita de homicídio foi levantada. Contudo, o próprio Rafael procurou a delegacia na segunda-feira (17), acompanhado de um advogado, e relatou que a criança teria passado mal e, após se desesperar com a morte do garoto, levou o corpo dentro do cooler e o deixou no areal, em Itapuã.

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