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Adolescente atropelada em Salvador deu à luz dias antes de morrer

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Adolescente atropelada em Salvador deu à luz dias antes de morrer

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Por: Sites da Web

Amigos e familiares se reuniram nesta sexta-feira (3) para se despedir de Karine.
(Foto: Eduardo Dias/CORREIO)

Depois do sofrimento de passar horas no Centro de Saúde de Pernambués Dr. Edison Teixeira Barbosa, em Pernambués, onde deu à luz ao pequeno Caique Pietro, ainda prematuro, com seis meses de gestação, a adolescente Karine Luiz, 15 anos, foi levada para a Maternidade José Maria de Magalhães Netto, no Pau Miúdo, onde seguiu internada até o último domingo (29). Após o desgaste do parto, Karine recebeu alta e foi para casa, passar o réveillon com os amigos e familiares no bairro. Informações do Jornal Correio*

Ela e a amiga Camile Braga dos Santos, 16, comemoravam a chegada do novo ano na calçada de casa, quando foram surpreendidas por um veículo desgovernado que as imprensou numa parede. Karine morreu na hora, Camile ainda chegou a ser socorrida para a emergência do bairro, mas não resistiu e morreu horas depois.

Consolada por amigos e familiares, Vanessa Luiz, mãe de Karine, não suportou a dor de ver a filha no caixão, no Cemitério Municipal de Brotas, nesta sexta-feira (3), onde estava sendo velada e sepultada. Antes do início das orações, ela desmaiou e foi amparada pelos parentes. Desorientada e chorando muito, ela cobrava por justiça no caso da morte das meninas. 

"Queria saber se ele não tem filho, não tem família? Pois ele tirou a vida da minha, que não estava fazendo nada de errado. Ela estava sentada, com a amiga, comemorando. Cadê a justiça? Ele já está solto por aí. Ela me falava: 'minha mãe, eu te amo, não vou esquecer da senhora'", afirmou a mãe.

Mesmo com a dor de perder a filha, que morava com uma amiga no bairro, Vanessa se colocou à disposição para visitar e acolher o neto, que terá alta nos próximos dias.

"Amanhã eu quero ver meu neto. Minha filha ia dar de mamar para ele no dia 1º. Eu não tenho coragem de ver a minha filha no caixão desse jeito. Nós queremos justiça, a família toda. É um absurdo ele sair assim da cadeia no mesmo dia", completou a mãe.

O corpo de Camile Braga dos Santos, 16 anos, foi enterrado nessa quinta-feira (2), no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, na Baixa de Quintas. A mãe da menina também clamou por justiça. “Ô, moço, a minha menina, minha princesinha, ela estava sentada e tiraram a vida da minha menina. Eu quero justiça, só isso. Ela só tinha 16 anos, tão meiga, com a vida inteira pela frente. Ele tirou a minha menina de mim”, afirmou à reportagem, bastante emocionada.

Atropelo
O acidente aconteceu por volta das 4h da manhã desta quarta-feira (1), próximo ao Centro de Saúde de Pernambués Dr. Edison Teixeira Barbosa. O motorista do veículo, Gilson da Silva Lírio, foi detido e conduzido para a Central de Flagrantes, onde foi ouvido e alegou que fugia de um assalto quando perdeu o controle do veículo. Depois de ser ouvido, ele foi liberado e irá responder em liberdade.

A Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) esteve no local após o acidente e removeu o veículo, um Chevrolet Corsa modelo Classic, para o pátio do órgão.

Protesto
Após o sepultamento de Karine, familiares e amigos das duas famílias das adolescentes enfrentaram a chuva e realizaram uma caminhada para protestar entre o final de linha do bairro de Pernambués até o local onde ocorreu o acidente, na manhã desta sexta-feira (3).

Com cartazes, balões pretos e apitos, o principal clamor dos participantes do protesto era por justiça na investigação dos fatos do ocorrido. Frases como: "O povo quer justiça, 2 vidas levadas", “Impunidade não! Lutaremos” e "Mataram as nossas meninas", ficaram visíveis na primeira fileira da passeata.

"Ele matou a minha menininha. Quando eu cheguei ela ainda estava viva. O médico me disse que ela ia ficar viva. Ela me ligou antes, me desejando feliz ano novo e que me amava muito. Ele tirou a vida da minha bonequinha", lamentou a mãe da jovem Camile, que acompanhou o protesto até o local do acidente.

Aos prantos, ela se debruçou no local abraçada com uma foto da menina e gritava: “Eram duas jovens cheias de sonhos. Por favor, tenham piedade. Queremos justiça, só isso", completou a mãe da menina.

A mãe de Karine, no entanto, não teve condições de participar da caminhada. Durante o enterro da filha, ela passou mal e precisou ser levada para casa. No entanto, os familiares aproveitaram para pedir ajuda para o pequeno Pietro, como fraldas e mantimentos para crianças. 

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