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Sindicato dos Metalúrgicos quer ‘Lay-Off’ para evitar demissões na Ford

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Sindicato dos Metalúrgicos quer ‘Lay-Off’ para evitar demissões na Ford

Por: Geovânia Cruz

Júlio Bonfim, presidente do Sindicato dos Metalúrgicosde Camaçari

Na tarde de quinta-feira (14), Júlio Bonfim, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari recebeu a reportagem do Camaçari Notícias, quando falou de diversos assuntos relacionados à categoria, entre esses, aquele que Júlio destacou como mais importante: a luta acirrada da entidade na tentativa de evitar as demissões em massa da Ford, previstas para acontecerem em março deste ano, conforme a própria empresa divulgou na imprensa de todo país. O sindicato discuti usar a estratégia de ‘Lay-Off’.

Segundo contou, outras empresas do segmento automotivo, como as de autopeças ainda não falam de cortes, e até aceitam o Lay-Off, mas, estão esperando o posicionamento da Ford. “O que estamos tentando com a Ford é que a empresa adote o sistema de Lay-off, quando, ao invés das demissões, reduz-se as jornadas de trabalho, ou o contrato é suspenso e o trabalhador passa a receber o seguro desemprego. Porém, a suspensão do contrato dura cinco meses. A Ford continua se negando, mas, a gente está lutando para que eles venham aceitar a proposta do sindicato”.

 “Podemos dizer que a principal conquista do sindicato em 2015 foi, justamente, a manutenção do emprego, sem demissões em massa. Se essas duas mil pessoas ficarem desempregadas, Camaçari e todas as cidades da Região Metropolitana sofrerão fortes impactos negativos”.

Segundo esclarecimento do presidente da instituição, as demissões são altamente nocivas, não apenas para o trabalhador, diretamente, mas, também para toda a sociedade. Segundo pontuou, de acordo com pesquisas, para cada pessoa demitida diretamente, oito indiretos são mandados embora. “Por exemplo, o trabalhador de Camaçari gera renda para a cidade. Ele compra no supermercado, frequenta bares e restaurantes, consome produtos do comércio local, porém, desempregado, que riqueza ele pode trazer para o município? Deixando de consumir, os supermercados, bares, restaurantes sem clientes, serão forçados a fecharem as portas. Isso significa mais gente desempregada, formando um grande ciclo”, explicou.
Sobre o sentimento dos metalúrgicos com relação a este assunto, Júlio revelou que os empregados estão preocupados, e acrescentou: “Não são, simplesmente, as quase duas mil pessoas da noite. A Ford quer distribuir as demissões nos três turnos para, no final acabar com o turno da noite e ficar trabalhando só com manhã e tarde. Então, o que se pretende é demitir 666 de cada turno”.

O que parece é que a empresa Ford está irredutível com sua decisão, e só existiria uma alternativa para que mudasse de ideia quanto às demissões, conforme expôs o líder representante da categoria: “Se o mercado melhorar na condição de vendas de veículo, e alcançar um fluxo de vendas que atinja o volume da produção de fevereiro, a gente acredita na possibilidade de que as demissões não aconteçam. Além disso, pleiteamos a manutenção do terceiro turno”.

No dia 20 de outubro do ano passado, cerca de 2000 funcionários da Ford paralisaram as atividades por 24 horas, contra a decisão da empresa e aproveitaram a presença do governador do Estado Rui Costa e do presidente da Ford para a América do Sul, Steven Armstrong, e realizaram uma caminhada, saindo da empresa, até a Cidade do saber, onde as autoridades citadas participavam de um evento. Dois meses depois, o presidente entregou em mãos uma carta à presidente Dilma Rousseff, que estava na cidade para participar de uma cerimônia de entrega de moradias. Sobre a resposta da carta, Júlio comentou que ainda não tem qualquer retorno da presidência, mas, afirmou: “Fiquei de conversar com um dos assessores do governo, que eles chamam lá de “assessor de relação sindical do Governo Federal”, ainda está se agendando uma reunião”. Júlio também explicou que, o ato em si, teve grande importância para os sindicalistas e, ainda que a resposta não chegue como se esperava, ela vem de uma forma ou de outra: “A Ford é uma empresa internacional, com grande valor agregado à sua marca. Toda empresa quer cuidar de sua boa imagem no mercado e fugir dos escândalos”.

Por fim, fazendo referência ao ano de 2016, Júlio deixou uma mensagem para todos os metalúrgicos de Camaçari: “Esperamos que os trabalhadores se coloquem unidos, porque o sindicato não é mágico, não é super-homem. Estamos aqui trabalhando, brigando, negociando, mas, se o trabalhador não se conscientizar de que, quem faz por eles é a instituição sindical, quem luta por eles são diretores que são trabalhadores iguais a eles, e estão na luta para garantir o emprego de todos, se eles não estiverem engajados nessa luta, com os mesmos objetivos, não alcançaremos os resultados que desejamos”.

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