Endividamento dos brasileiros atinge 78,2% e inadimplência tem maior índice desde 2023

O percentual de brasileiros endividados atingiu 78,2% em maio, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número representa um aumento de 0,6 ponto percentual em relação a abril, refletindo o agravamento da pressão financeira sobre os lares do país.

A alta no endividamento foi observada em quase todas as faixas de renda, com destaque para os domicílios com rendimento entre 5 e 10 salários mínimos, que registraram elevação de 3,2 pontos percentuais. Essa mesma faixa também apresentou maior dificuldade para manter as contas em dia.

O cartão de crédito permanece como a principal fonte de endividamento, citado por 83,6% dos entrevistados. Em seguida vêm os carnês (17,2%), o crédito pessoal (10,6%) e o financiamento de veículos (9,3%).

A inadimplência também cresceu, atingindo 29,5% das famílias – um avanço de 0,4 ponto percentual em relação a abril e de 0,9 ponto na comparação com maio de 2024. É o maior índice desde outubro do ano passado.

Para José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, o momento exige atenção: “Apesar de o percentual de endividados estar abaixo do registrado em 2024, o aumento da inadimplência revela a crescente fragilidade financeira das famílias. O crédito precisa ser utilizado com responsabilidade, buscando o equilíbrio entre endividamento e capacidade de pagamento.”

A CNC projeta que o nível de endividamento deve continuar em alta ao longo de 2025. No entanto, a tendência de aumento na inadimplência pode desacelerar esse movimento, à medida que as famílias priorizem a renegociação de dívidas em condições mais favoráveis.

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