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Percepção de má gestão dos recursos públicos cresce e atinge 47%, mostra Datafolha

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Percepção de má gestão dos recursos públicos cresce e atinge 47%, mostra Datafolha

Levantamento revela aumento na percepção de má gestão dos recursos.

Por: Camaçari Notícias

Foto: Freepik

Quase metade dos brasileiros com 16 anos ou mais avalia que os recursos públicos disponíveis no país são suficientes, mas estão sendo mal aplicados. É o que mostra a mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, realizada nos dias 10 e 11 de junho com 2.004 entrevistados em 136 municípios. O percentual chegou a 47%, o segundo maior da série histórica, ficando atrás apenas de dezembro de 2016, durante o início do governo de Michel Temer, quando esse índice atingiu 53%.

O levantamento indica uma tendência de aumento dessa percepção ao longo dos últimos anos. Em dezembro de 2023, já no governo Lula (PT), o percentual era de 40%. Um ano depois, em dezembro de 2024, subiu para 45% e agora alcança o novo patamar. Esse avanço ocorre em meio a medidas recentes do governo para tentar conter o crescimento das despesas e aumentar a arrecadação — como o bloqueio de parte do Orçamento de 2025 e mudanças no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que vêm enfrentando forte resistência no Congresso Nacional e em setores empresariais.

Entre os que consideram que o problema está na má gestão dos recursos, destaca-se a presença de homens (51%), pessoas com ensino superior (63%) e cidadãos na faixa etária de 25 a 34 anos (56%). O índice também é mais alto entre eleitores de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno de 2022 (56%) e entre aqueles que avaliam o atual governo como ruim ou péssimo (56%).

Outros 32% dos entrevistados afirmam que o dinheiro destinado ao setor público é mal aplicado, mas insuficiente para atender às demandas da população. Esse grupo tem maior concentração de mulheres (36%) e de pessoas com ensino fundamental (38%).

Apenas 8% consideram que os recursos são suficientes e bem utilizados — uma queda expressiva em relação aos 17% registrados em dezembro de 2023. Já 9% avaliam que os valores são insuficientes, mas estão sendo bem aplicados. Esse percentual chegou ao pico de 13% em 2019, durante o primeiro ano da gestão Bolsonaro.

Entre os eleitores de Lula, 15% acreditam que o governo atual administra bem os recursos públicos e os considera suficientes. Outros 13% compartilham da avaliação positiva sobre a gestão, mas consideram os valores disponíveis ainda insuficientes.

A pesquisa foi divulgada em um momento de pressão fiscal. O governo federal busca equilibrar as contas públicas após projetar déficit neste ano. Segundo especialistas, o aumento de despesas obrigatórias, como os gastos com a Previdência, a expansão de benefícios e emendas parlamentares, e a dificuldade de conter renúncias fiscais têm comprometido o equilíbrio orçamentário. Embora a carga tributária brasileira se mantenha alta — cerca de 33% do PIB, segundo o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda (Comsefaz) —, a arrecadação per capita ainda é considerada baixa em comparação com países desenvolvidos.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

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