Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Notícias

/

Economia

/

Superávit da balança comercial tem pior junho em seis anos e governo revisa projeções para 2025

Economia

Superávit da balança comercial tem pior junho em seis anos e governo revisa projeções para 2025

Queda no preço das commodities e alta das importações derrubam saldo comercial

Por: Camaçari Notícias

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A balança comercial brasileira registrou, em junho, o menor superávit para o mês em seis anos, pressionada pela queda no preço das commodities e pelo aumento das importações. No mês passado, o país exportou US$ 5,889 bilhões a mais do que importou — uma queda de 6,9% em relação a junho de 2024. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (4) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

O resultado é o mais baixo para meses de junho desde 2019, quando o superávit foi de US$ 4,362 bilhões. No acumulado do ano, o saldo positivo soma US$ 30,092 bilhões, o pior para o período desde 2020 e 27,6% inferior ao registrado no primeiro semestre de 2024. Parte dessa queda se deve ao déficit de US$ 471,6 milhões registrado em fevereiro, devido à importação de uma plataforma de petróleo.

Apesar da leve alta nas exportações, as importações cresceram em ritmo mais acelerado. Em junho, as exportações somaram US$ 29,147 bilhões, alta de 1,4% em relação ao mesmo mês de 2024 — o terceiro maior valor da série histórica para junho. Já as importações alcançaram US$ 23,257 bilhões, alta de 3,8%, o segundo maior valor histórico para o mês.

O volume exportado subiu 6,1% em junho, mas os preços médios caíram 4,3%, refletindo a desvalorização de diversas commodities no mercado internacional. Nas importações, o volume cresceu 5,8%, impulsionado pelo aquecimento da economia, enquanto os preços médios recuaram 1,1%.

Desempenho por produto

A soja, principal produto agropecuário do país, teve queda de 12,5% nas exportações em junho, com recuo de 9% no preço médio e de 3,9% no volume vendido. O milho também despencou, com queda de 56,6%, apesar da alta de 29,7% nos preços.

As exportações de petróleo caíram 2,1% em valor, resultado da redução de 15,2% nos preços médios, embora o volume exportado tenha crescido 15,5%. No minério de ferro, o volume aumentou 9,8%, mas a queda de 16,7% nos preços provocou retração de 8,6% no valor exportado.

Por outro lado, alguns produtos ajudaram a conter a piora no saldo comercial. As exportações de café cresceram 56,1% em 12 meses, e as de carne bovina, 22%. Além disso, houve aumento nas vendas de veículos, ouro e produtos semiacabados de aço.

Nas importações, destaque para a alta na compra de motores e máquinas não elétricos, compostos organo-inorgânicos, aeronaves e peças, além de inseticidas. A maior alta foi nos motores, com aumento de US$ 251,4 milhões (37,5%) em junho, na comparação anual.

Setores e cenários

No setor agropecuário, as exportações recuaram 10%, puxadas pela queda de 12,4% no volume embarcado, apesar da alta de 3,6% no preço médio.

Na indústria de transformação, houve alta de 14,7% no volume exportado, compensada pela queda de 3,3% nos preços, impulsionada pela retomada da economia argentina, principal destino de produtos industrializados brasileiros.

Já na indústria extrativa, que inclui petróleo e minérios, o volume exportado cresceu 9,6%, mas os preços caíram 14,8%, reflexo da desaceleração econômica da China e das tensões comerciais acirradas pelos Estados Unidos sob o governo Donald Trump.

Previsões revisadas

O Mdic revisou para baixo as projeções para 2025. Agora, a expectativa é de superávit de US$ 50,4 bilhões, queda de 32% em relação ao ano passado. As exportações devem crescer 1,5% e alcançar US$ 341,9 bilhões, enquanto as importações devem subir 10,9%, totalizando US$ 291,5 bilhões.

As novas projeções consideram os efeitos da guerra comercial entre EUA e China. A próxima revisão será divulgada em outubro.

As estimativas do governo são mais pessimistas que as do mercado financeiro. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, o mercado projeta superávit de US$ 73 bilhões neste ano.

Siga o CN1 no Google Notícias e tenha acesso aos destaques do dia.

Relacionados