PF prende quatro suspeitos em São Paulo por tráfico de droga mais potente que heroína

A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (13), quatro pessoas em São Paulo acusadas de integrar uma organização criminosa envolvida na produção e distribuição de drogas sintéticas derivadas de nitazeno, substância considerada por especialistas como mais potente que fentanil e heroína. Esta é a primeira operação no Brasil focada especificamente nesse composto químico, cuja presença no país foi identificada pela primeira vez em dezembro do ano passado.

Além das prisões preventivas, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em diferentes endereços na capital paulista. A investigação teve início após a apreensão inédita da droga no final de 2024, o que levou à abertura de um inquérito e à solicitação de medidas mais rígidas de controle sobre o composto.

Segundo informações da CNN Brasil, os nomes dos suspeitos não foram divulgados. As condutas serão individualizadas e os investigados poderão responder por crimes como tráfico transnacional de drogas e formação de organização criminosa.

Em janeiro deste ano, a PF encaminhou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) um pedido para incluir o nitazeno — mais especificamente o N-desetil etonitazeno — na lista de substâncias entorpecentes proibidas no país. O pedido foi aceito, e a substância passou a ser oficialmente considerada droga ilícita no Brasil.

Relator do pedido na Anvisa, o diretor Daniel Meirelles Fernandes Pereira destacou o alto risco da substância: “Os nitazenos têm potencial analgésico, mas também causam depressão respiratória severa, com alto risco de abuso e toxicidade”. Ele afirmou ainda que esses compostos podem ter efeitos semelhantes aos dos opioides tradicionais, como a morfina e o fentanil, mas com potência significativamente superior em alguns casos.

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