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Justiça ouve testemunhas do caso de morte de palmeirenses em 2012

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Justiça ouve testemunhas do caso de morte de palmeirenses em 2012

Por: Sites da Web

 

A 2ª Vara do Júri, do Foro Regional I - Santana, Zona Norte de São Paulo, começa a ouvir na tarde desta segunda-feira (26) 22 testemunhas de acusação na ação penal de competência do júri que julga a morte de dois jovens no confronto entre torcidas organizadas do Palmeiras e do Corinthians, ocorrido na manhã de 25 de março de 2012 na Avenida Inajar de Souza. Na ocasião, os palmeirenses André Alves Lezo e Guilherme Vinícius Jovanelli Moreira foram mortos com golpes de barras de ferro e pedaços de pau. A denúncia cita 15 integrantes da torcida organizada Gaviões da Fiel e 13 integrantes da torcida organizada Mancha Verde. Os corintianos foram denunciados por homicídio e os palmeirenses por associação criminosa.

Segundo o Tribunal de Justiça, as testemunhas serão ouvidas no próprio fórum. Pode haver reforço na segurança, como em todos os casos que exigem cautela. Ainda não há data marcada para ouvir as testemunhas de defesa. Também não há ainda previsão de quando haverá julgamento ou decisão.


Segundo a denúncia, na época eram frequentes os confrontos armados entre as torcidas organizadas rivais, "verdadeiras batalhas campais previamente agendadas e objeto de preparações que incluíam a organização de arsenal composto por fogos de artifício, barras de ferro, cabos de pás e de enxadas, bambus e outros instrumentos contundentes, além de algumas armas de fogo."
Um desses confrontos entre integrantes da Mancha Alviverde e integrantes da Gaviões da Fiel, ocorreu em novembro de 2013 e logo em seguida foi constatada a morte de um membro da Gaviões, Douglas Karim da Silva.


Nos dias que antecederam o confronto, dia de jogo entre Palmeiras e Corinthians, os denunciados resolveram se confrontar e se prepararam, trocando mensagens entre si.
O ponto de encontro para o confronto seria a Avenida Inajar de Souza. Os denunciados, integrantes da Gaviões da Fiel, resolveram ir além da batalha campal, pois queriam matar integrantes da torcida organizada rival, a Mancha Verde, para vingar a morte do colega Douglas, a quem se referiam pelas iniciais, DKS.


Ainda segundo a denúncia, os corintianos alugaram pelo menos dois ônibus e ao longo da madrugada do dia 25 de março foram recolhendo torcedores em diversos endereços da cidade de São Paulo, concentrando-se em um estabelecimento comercial localizado no Jardim Monte Kemel.

Ali, cerca de 300 corintianos relembraram a morte de DKS e reafirmaram o propósito de vingar sua morte, matando rivais palmeirenses.
Um dos organizadores, ainda não identificado, subiu em uma mesa de bilhar e afirmou: "Todo mundo aqui,hoje a gente vai pegar o Lezo e vingar a morte do nosso irmão, vamos pegar os porcos. Não é pra ninguém correr, vou fazer parte da linha de frente e é pra todo mundo me empurrar. Mesmo se eu apanhar, também vou estar batendo. Se ver que tamos
no prejuízo, é pra empurrar e dar soco, mas não é pra correr. Vamos caçar os porcos."


Foram então entoados gritos de guerra e distribuídas meias femininas para serem colocadas nas cabeças com o propósito de esconder os rostos e todos embarcaram nos ônibus e em diversos outros veículos de apoio, dentre eles um Fiat Fiorino carregado com diversos cabos de enxadas e de pás, além de várias barras de ferro e se dirigiram ao encontro dos rivais.


Os palmeirenses denunciados e seus comparsas, também preparados para o confronto, foram se reunindo na Avenida Inajar de Souza, vindos de diversos pontos da Zona Norte. Eles caminhavam desarmados, mas alguns veículos os acompanhavam, próximos, carregando as barras de ferro e os pedaços de pau que seriam usados na contenda agendada.
Já os integrantes da Gaviões se comunicavam ao longo do caminho através de rádios e de telefones para se assegurar de que pudessem surpreender os rivais palmeirenses pela sua retaguarda.


Depois de constatar a passagem do grupo rival, os integrantes da Gaviões desembarcaram dos ônibus e dos demais veículos, armaram-se com as barras de ferro e os pedaços de pau carregados pelos veículos de apoio, além dos diversos foguetes e partiram para cima dos palmeirenses.


Mesmo surpreendidos pelo ataque que lhes veio pelas costas, os palmeirenses da Mancha Alviverde conseguiram se armar com instrumentos semelhantes aos usados pelos corintianos e partiram para o revide  mas não conseguiram evitar que Lezo e Moreira fossem atingidos por um sem número de golpes dirigidos especialmente contra suas cabeças, mesmo depois de já terem caído ao chão.


Mesmo socorridos, esses palmeirenses não resistiram aos ferimentos e faleceram. Atingido o propósito de matar rivais, os corintianos retornaram aos seus veículos e conseguiram fugir, assim como fugiram do local a grande maioria dos palmeirenses envolvidos no confronto.

Apenas um pequeno número de policiais militares acompanhava a marcha dos palmeirenses, tendo eles decidido escoltá-los, momentos antes, quando os viram caminhando em expressivo número pela Avenida Inajar de Souza. O reduzido contingente, entretanto, não foi capaz de evitar o confronto ou impedir a fuga da maioria dos contendores, sendo detidos apenas alguns deles.

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